Love Me- Capitulo 8.

terça-feira, 2 de julho de 2019

Taylor

Era incrivelmente fácil manter uma conversa com Jacob, e não vou mentir dizendo que não estava impressionada. Ele era mais delicado e bem humorado do que achava, e nunca, nunca me interrompia enquanto eu estava falando. Isso pra mim já era um bom sinal.

Quase todos os homens com quem havia saído tinha mania de interromper falas minhas no meio de uma conversa. Era bom ser escutada. E toda vez que estava lhe contando algo, ele olhava para mim com extrema atenção com seus olhos castanhos escuros concentrados.

Fazia três horas que estávamos na rua e após comermos decidimos voltar caminhando lentamente pelo campus. Estávamos no meio de uma conversa sobre nossos filmes favoritos quando Nick me ligou.

Soube na mesma hora em que vi seu nome no visor do celular que algo estava errado. Jacob leu minha expressão e a interpretou corretamente.

-Algo errado?- Perguntou preocupado.

-É isso o que vou saber- Falei respondendo ao telefonema.

Sem delongas, Nick me informou que o pai biológico havia estado esperando por Demi na frente de nosso dormitório. Como ele havia descoberto onde ela estava?

-Nick... – o interrompi. –onde Demi está agora?

-Recolhendo suas coisas, vamos ficar em minha casa.

A casa de Nick era mais afastada da faculdade, eu teria que pegar um ônibus. Isso era se estava passando algum por perto em escala deste horário.

-Posso dormir ai também?

Sabia que Nick não iria deixa-la só, mas ficar perto dela me tranquilizaria.

Nick hesitou ao responder. -Claro que sim, Taylor! Vou preparar o quarto de hospedes.

Quando desliguei, virei para Jake. –Preciso ir, Jake.

Havia me virado e começado a caminhar em direção ao ponto de ônibus quando ele me chamou.

-Taylor, seu dormitório é para lá- Apontou para a construção antiga.

-Eu sei, preciso chegar a casa de Nick.

-Como pretende chegar lá?

Dei de ombros. -Nada que um ônibus não resolva.

Caminhando até mim em passos largos para me alcançar.  -Eu te darei uma carona, não precisa ir a estar hora de ônibus.

-Realmente, não precisa.

-Floco de Neve, se você não aceitar, vou ficar preocupado com você sozinha a essa hora da noite sem nem saber os horários dos ônibus.

Quando aceitei, fingi não ter visto o pequeno sorriso dele. Jake sabia que havia conquistado a minha confiança.

Estava em duvidas se deveria avisar a nossos pais sobre o ocorrido, se seria necessário uma medida drástica sobre o pai biológico da Demi. Eu nem ao menos sabia que ele morava neste país. Fiquei curiosa se Demi sabia ou lembrava deste detalhe.

Teríamos que tomar mais cuidado agora no campus, não sabíamos quando ele poderia aparecer novamente.

Jake gentilmente chamou minha atenção avisando que havíamos chegado. Antes que percebesse, me inclinei em direção a ele e beijei sua bochecha. Fiquei tão surpresa com o gesto quanto ele, havia sido algo natural. Corei me afastando.

-Obrigada, Jake! O dia hoje foi ótimo- Disse saindo do carro e correndo antes que pudesse me responder e sem olhar para trás.

A casa de Nick estava aberta, e falei mal de ambos mentalmente pela falta de segurança. Entrei sem avisar, entre nós três não se havia besteiras. Passei pelo longo corredor com móveis mais caros que tudo o que eu tinha na vida juntos e subi as escadas até o quarto. Conhecendo bem Demi, sabia que ela estava no quarto de Nick. Fui até lá e assim quando abri a porta, me deparei com uma cena de ambos dormindo abraçados.

Estavam aninhados de uma forma que não que amigos não estavam permitidos ou acostumados a estar. As cobertas brancas os cobriam até a cintura. Demi estava usando somente um sutiã preto e Nick estava sem camisa, e ainda bem que o lençol os cobria da cintura para baixa porque eu não queria essa imagem na minha cabeça.
Sabia que os dois não havia praticado nada sexual, mas não dizia que queria ver Nick de cueca.

Não quis acordar os dois quando pareciam tão em paz em seus sonos. Arrastei a mim mesma para um dos quartos de hospedes rezando para não tropeçar em Joseph, o irmão antipático de Nick.

Pela manhã, encontrei Nick e Demi na cozinha preparando café da manhã. Minha irmã parecia melhor, o que me deixou aliviada.

-Demi, precisamos discutir o que faremos, nossos pais podem nos ajudar a encontrar um novo apartamento.

Nossos pais sempre quiseram que tivéssemos nossas próprias instalações, mas Demi e eu insistimos que o dormitório seria o melhor modo de socializarmos melhor. O que foi uma desculpa para eles não gastarem muito dinheiro com aluguel. Nós duas ainda não havíamos conseguido um emprego, não poderíamos ajudar na época com os custos e agora estávamos desempregadas novamente, o que não contribuía.

Demi assentiu. –Sim, e poderíamos entregar currículos pela manhã para conseguirmos estágios.

-Penso que com nossos pais ajudando, uma de nós trabalhando e a outra buscando uma casa com baixo custo, podemos nos manter.

A ideia era inclusive animadora, uma casa só nossa eliminava muitos problemas como banheiros públicos lotados, pessoas roubando nossa comida e diversas confusões de morar com outras quatro meninas em um quarto de dormitório.

-Vocês poderiam ficar aqui e não pagar aluguel algum- Nick se intrometeu, parecendo irritado por não termos pensado em sua casa como opção.

Demi olhou aborrecida para ele e evitei minha risada.

-Sim, como verdadeiras sanguessugas!

-Não, como melhores amigas que precisam de ajuda.

Era um alivio saber que tínhamos tão bons amigos, lembrei que mais cedo falando com Miley, ela havia me dito a mesma coisa.

-Se aceitarmos, iremos dividir algumas das despesas. Iremos conseguir empregos e falar com nossos pais sobre isso- Falei a ele.
-E vocês aqui estarão seguras, um ótimo ponto de discussão- Nick disse estufando o peito.

Demi gargalhou, batendo em seu braço. –Você é quem atestará nossa segurança?- se virou para mim. –Estamos perdidas, Taylor!

E foi desse modo que na mesma tarde já estávamos combinando nossos planos de mudança. Minha irmã estava sorrindo e eu queria me sentir feliz, mas algo me dizia que estávamos prestes a mudar muitas das coisas que pensávamos estar indo por um caminho costumeiro, seguro.

Esperava que de algum modo, não estragássemos as coisas. Que nós duas não tenhamos arrependimentos de estarmos nos mudando para esta casa.

Ao observar o olhar de Demi para Joe quando ele chegou em casa, e o retorno que ele deu a ela, notei que era tarde demais.

As coisas já se encontravam diferentes. 
 Continua

Beijos.


(mais aleatórios)

Love me- Capitulo 7.

DEMI

Nick parecia ter o super poder de me fazer rir a qualquer momento.

Era incrível que meu nível de chateação foi a nula desde que havíamos saído. E as pizzas estavam ótimas, o que contribuiu no meu bom humor.

-É um milagre a Taylor não ter te mandando uma mensagem, ou algo assim- Disse Nick enquanto comia uma fatia de sua pizza.

-Ela está em uma espécie de encontro, disse que ia fazer um trabalho com Jake em nosso dormitório, mas na verdade, todos conseguem ver a tensão entre aqueles dois.

Quando fomos pagar pelas pizzas, a atendente deu em cima do Nick na cara dura. Bufei irritada diante da cena. Tudo bem que éramos apenas amigos, mas ela não sabia disso. Não já não estava sendo profissional dando em cima de um cliente, e isso só teria sido pior se estivesse dando em cima de um cliente que estava acompanhado da namorada, que olha só também era uma cliente, na frente dela

Minha irritação se esvaiu assim que percebi que Nick estava alheio ao flerte, ignorando a mulher completamente, focado na missão de pagar a conta. Não consegui evitar a risada que se proveu disto.

-O que foi?- Perguntou curioso, olhando ao redor.

-Nada- Abafei a risada, enquanto levantava da cadeira.

Mordi o meu lábio enquanto caminhávamos até o seu carro, um presente de dezesseis anos de sua mãe. Me fazia sentir saudades do meu que havia ficado na Inglaterra por conta dos custos. Agora ou pegava carona com ele ou andava de ônibus.

Estudei o seu rosto, isso era algo que eu amava fazer e Nick sempre ficava envergonhado quando me pegava olhando.

-Demi?- Sua voz me fez sair do transe.

-O quê?- Perguntei de forma inocente e ele sorriu.

-Você pode parar de me encarar? Não é justo quando eu estou dirigindo e não posso te olhar de volta- Ele corou, parecendo ter se dado conta de que admitiu querer me observar. Minha gargalhada irrompeu o ambiente e Nick riu também.

Ele era adorável.

Quando chegamos ao campus, Nick desligou o automóvel e saiu do carro. Virei-me para ele e o abracei forte.

-Obrigada- Agradeci, sentindo o seu cheiro. Coloquei o meu rosto contra o seu pescoço e seus braços circularam a minha cintura.

-Não precisa me agradecer. Sabe que você é minha kriptonita e eu faria tudo por você- Eu sabia que ele estava sorrindo enquanto falava.

-Eu sei. Eu te amo por isso- Quebrei o abraço e lhe dei um beijo na bochecha. Antes de sorrir feito uma maníaca para ele. -Você é o único que eu nunca posso assustar para longe de mim.

-Nunca mesmo- Afirmou.

Caminhamos pelo campus, na escuridão iluminada pelas lâmpadas dos postes. As árvores e suas sombras davam ao local um tipo de visão assustadora e macabra. O campus estava deserto, todos pareciam já estar dormindo. Já era tarde, umas nove horas da noite e amanhã tinha aulas.

-Demetria!- Uma voz rouca e masculina que por muitas vezes tinha me assombrado disse na escuridão.

Nick e eu pulamos, olhando ao redor a procura do dono da voz.

Em minha mente, automaticamente comecei a rezar para que fosse um delírio de minha mente cansada.

Um homem magro e de aparência cansada apareceu em nossa frente.

Nick assumiu uma postura alerta diante de minha reação. Não sabia bem se ele percebeu que se tratava de meu pai biológico, pois nunca o havia visto pessoalmente.

Um tremor passou pelo meu corpo.

-O que você está fazendo aqui?- Acusei, odiando que soei como se estivesse ferida.

-Vim te ver, minha filha- Sua voz era calma, parecia respirar com dificuldade.

Raiva era tudo o que consegui sentir. –Você não tem o direito de vir até aqui, de me procurar.

Deu dois passos para trás, e teve a audácia de parecer ferido.

-Demi, eu sou seu pai e...

Eu coloquei a minha palma para cima, fazendo-o se calar. Um sinal universal para que se calasse.

-Você nunca foi meu pai. O meu pai se chama Scott Swift, ele me levava para tomar sorvete todo final de semana, planejava minhas festas de aniversário com a minha mãe, foi ele quem dançou comigo em meu baile de debutante e era quem estava sentado com o restante de minha família na formatura quando me formei do colegial.

-E-eu... – Respirou fortemente, inalando devagar. –Sinto muito, mas preciso falar com você.

-Você pode precisar falar, mas isso não significa que eu preciso ouvir. Por favor, só suma como fez a minha vida inteira.

Não esperei que ele fosse embora, então arranquei o band-aid eu mesma. Passei por ele o mais longe possível que pude em direção ao meu dormitório. Esperei que ele não tentasse mais nenhum contato, como me impedir de ir. Nick seguiu ao meu lado e notei que ele deve ter dado a este homem estranho uma razão para não fazer tentativas.

Nick não hesitaria em machucá-lo caso ele estivesse me machucando.

Preste a entrar no prédio, Nick segurou meu braço. –Demi, por favor, espere que eu entre pelas portas dos fundos. Não vou te deixar sozinha agora.

-Eu não quero mais ficar aqui- Tentei dizer com a voz rouca. Parecia que havia algo entalado em minha garganta.  –Como posso ficar sabendo que ele pode aparecer novamente?

-Então que assim seja.

-Como assim?

-Você vai ficar na minha casa, você e Taylor. Podem morar lá, já havia te dito isso milhares de vezes.

Era verdade, Nick sempre quis que morássemos em sua casa até mesmo antes de fato nos mudássemos. Mas como Taylor e eu queríamos independência total nessa experiência, o dormitório tinha sido a melhor opção em nossas opiniões. Apesar disso, ele nunca parou de dizer a nós duas como podíamos nos mudar para lá o momento que quisesse. A casa era de seus pais e extremamente imensa, que agora só era ocupada pelos dois irmãos.

-Você tem certeza disso? Podemos ser bem barulhentas- Funguei.

-Eu melhor do que ninguém sei disso.

Não chorei naquela noite, era como se estivesse anestesiada. Não era como se não sentisse, porque sabia que o que estava sentindo era tristeza. Ela queimava em meu estômago. Mas não consegui expressar ela.

Peguei algumas coisas e coloquei em uma mochila, indo com Nick até sua casa. No carro, ele falou com alguém pelo telefone e eu podia apostar que era com minha irmã, mas não parei pra ouvir.

Mesmo com os quartos de hospedes, Nick me guiou até seu quarto e fiquei extremamente grata. Não queria ficar sozinha. Quando ele fez menção de sair do quarto, ergui meus braços para ele. Era meu modo de pedir que ficasse comigo.

Ele foi direto para meus braços, me abraçando firmemente. –Eu estou aqui com você, não vou te deixar ir. Você pode se permitir sentir agora, Demi.

E com essas palavras, o nó em minha garganta se intensificou.

Grandes lágrimas escorreram do meu rosto, encharcando a pequena garotinha que se sentia pequena pelo abandono.


E assim como ele disse, Nick não me soltou. 

Continua.
Sou muito apaixonada SIM pelo Nick e admito! Espero muito que gostem ♥

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Love me- Capitulo 6.

Taylor

Antes de ter que me encontrar com Jake para fazer nosso trabalho hoje, admito que o evitei o máximo que pude.

Durante a aula, sabia que tentaria sentar ao meu lado ou perto, então antes que chegasse sentei atrás de sua prima avisando para que não fizesse comentário de onde estava e me escondi quando ele apareceu. Nina ficou curiosa, mas não disse nada. Nenhuma vez ele perguntou por mim e minhas testas se franziram. Não olhou para trás.

Na saída, fui a ultima a ir embora, fazendo questão de me certificar que ele não estava no corredor. Tinha a sensação de ser uma boba por estar fazendo isso, Jake nunca havia me feito nada para que eu o evitasse dessa forma. Minha atração por ele me envergonhava e simplesmente não queria agir sobre isso. Já estava em meu dormitório quando meu celular apitou indicando uma nova mensagem:

Jake:

Você está fugindo de mim, Taylor? Eu te vi na aula escondida e em seguida se esgueirando pelo corredor. Foi divertido e te darei um crédito, você está obviamente tentando muito.

Ele havia me flagrado. Digitei furiosamente a resposta.

Não está acostumado a ver mulheres fugindo de você?

Não houve mais respostas dele, até mesmo me peguei esperando. Odiei quando percebi que estava checando meu celular para ver se tinha mensagem nova.

Jake era tão irritante, quase podia imagina-lo rindo de mim em seu dormitório.

Ele não demonstrava nenhum interesse em mim, era pelo menos o que parecia, e hoje mesmo o vi no pátio conversando com outra garota. Isso me deixou completamente enojada pelo flerte evidente.

Fazer esse trabalho com ele iria ser tranquilo.

Não pretendo ser acrescentada a lista de garotas que ele dispensou logo após depois da ficada. Aquela que fazia a caminhada da vergonha com sensação de ter sido usada. Nunca iria me colocar no lugar de ser um caso de uma noite só. Havia mulheres que não se importavam e era sexualmente muito bem resolvidas, mas eu me ligava muito a pessoa para conseguir ser assim.

Determinação surgiu em todo o meu corpo e minha mente saiu da nuvem que ela estava entrando. Só esperava que permanecesse assim.

Demi saiu com Nick enquanto segui fazendo faxina em nosso quarto para que Jake não achasse que éramos bagunceiras. Eu não era, mas Demi por outro lado. Como amava arrumar, nem me importava.

Com meia hora de atraso, entrou escondido no dormitório pelo acesso secreto que falei a ele. Todas as garotas sabiam deste segredo da porta de incêndio servir para deixar homens entrarem, as que namoravam eram as que mais utilizavam. Jake estava vestido com uma calça preta confortável, uma blusa preta com um formato de V e botas militares, seu cabelo estava molhado e bagunçado, o que dizia que ele tinha tomado banho há pouco tempo. Sorriu pra mim assim que me viu.

Tão lindo que me irritou.

-Pode entrar- Falei rudemente a ele. –Não vai querer ser pego no corredor.

-Sabe, essa sua forma doce comigo é o que me mantém puxando para você- Seu sorriso arrogante apareceu novamente.

Rolei os meus olhos.

-Nunca te disseram que é falta de educação revirar os olhos para alguém?- Perguntou divertido, enquanto se movia pelo meu quarto até sentar em minha cama.

-Não costumo fazer isso com muitas pessoas.

-Sou um privilegiado, então?- A ironia em seu tom.

-Se pode se considerar assim, com certeza!- Respondi sarcasticamente.

-Sempre soube que era especial em sua vida- Apontou arqueando uma sobrancelha. –Trago a superfície suas melhores emoções.

Pisquei pra ele. -Estou te salvando do egocentrismo.

Fui pega de surpresa quando riu. –Gosto do seu humor.  

-Talvez devesse sair com garotas que dizem mais o que pensam e puxam menos o seu saco.

-Está se candidatando?

-De forma alguma.

Confortavelmente, se recostou na cama fechando os olhos.

-O professor especificou exatamente como era o trabalho? Devíamos começar a fazer agora mesmo- Falei impaciente, batendo o meu pé em sua bota. Ele levantou a cabeça e me olhou com seus olhos escuros.

-Sim, ele mandou um email com instruções.

Sentei ao chão e peguei os meus livros em minha mochila, os espalhando ao meu redor. Jake levantou da cama e sentou ao meu lado. Estávamos tão perto que os nossos ombros se escovavam com o mais breve dos movimentos.

Um suspiro escapou de mim e ele percebeu, pude ver um sorriso preguiçoso se espalhar pelo seu rosto. Ele amava me ver desconfortável.

Durante nossos estudos, fiquei surpresa com o quanto ele era inteligente. Não que pensasse que era ignorante nem nada, mas ele simplesmente parecia saber a resposta de tudo. Exatamente assim como eu.

Isso nos fez brigar porque éramos teimosos e ambos achávamos saber melhor na hora de decidir o que deveria ser feito no trabalho.

Jake também era engraçado, outro ponto que não tinha percebido muito. Nesse tempo perto dele, eu havia rido bastante.

Depois que concluímos o trabalho, ambos estávamos com fome. Não havia cozinha no dormitório e a cantina estava fechada há essa hora.

-Posso preparar algo simples para a gente agora, ou podemos só sair para comer algo realmente substancial e bom na rua. O que prefere?

-Estou morrendo de vontade de comer um hambúrguer e batata-frita- Jake disse se levantando. Podia ver que ele estava tentando amenizar meu desconforto. Estava me sentindo rude por não ter pensado em preparar algo para comermos. 

-Então vamos conseguir o hambúrguer e fritas- Anunciei.

Chegamos a uma lanchonete e pedimos dois cheeseburger, batatas-fritas e duas Cocas para acompanhar. Não se passaram segundos antes dele começar a falar.

-Seu sotaque, de onde ele é?- Jake perguntou entra uma mordida e outra do seu cheeseburguer.

Engoli um pouco da minha Coca. –Da Inglaterra, me mudei para cá tem dois anos apenas.

-Você está longe de casa.

-Assim como você. Por que resolveu mudar de volta?

-É uma longa história.

-Olha que interessante- dobrei minhas mãos sobre a mesa -tenho bastante tempo sobrando.

Apesar do sorriso que me deu, seus olhos escureceram um pouco. Uma mudança nítida que não pude deixar de notar.

-Sabe que tenho descendência brasileira, a minha mãe é de lá e meu pai é americano, não é?- me perguntou e assenti, esperando que continuasse, o que fez em seguida -Enquanto eram casados, eles viveram aqui, mas quando se separaram mamãe achou melhor voltar para seu país de origem. Ela sentia falta de sua família, da familiaridade do país que cresceu. Resolvi ir com ela quando isso aconteceu por que sempre fui mais próximo dela. Meus irmãos decidiram ficar aqui. Por um tempo foi bom, mas também senti falta deles. Um dia minha irmã me ligou por vídeo chamada e mal pude reconhecê-la, não tinha notado o quanto havia mudado, envelhecido. Foi neste momento que notei que deveria voltar e tomar conta dela. Dos dois.

-Sei que ficar separado dos seus irmãos e pai deve ter sido difícil, mas fiquei feliz de ouvir que foi com sua mãe, assim ela tinha ao menos um dos filhos com ela.

-Pensei o mesmo na época, ela estava triste pelos filhos que ficaram para trás, mas ao menos tinha a mim. Agora ela está melhor, senti que poderia ir embora e que ela ficaria bem.

-Seu pai não ficou chateado por você ter ido?

-Acho que ficou mais chateado com o fato de eu ter voltado- Deu uma risada seca, que me fez identificar que era um tema sensível para ele. Sendo assim, não fiz comentário algum sobre. -Agora vamos falar sobre você. O que te fez se mudar da Inglaterra para cá?

Dei de ombros e olhei para a minha latinha de Coca- Cola.

-Só queria sair da minha zona de conforto, comentei isso com minha irmã e ela sugeriu este lugar. E foi apenas isso. Nenhuma história surpreendente.

-Duvido que não tenha sido. Os seus pais gostaram dessa decisão?

-Nem um pouco. Papai surtou, imaginou suas duas filhas longe de sua proteção e mamãe ficou ainda mais preocupada, porque não poderia mais me ver. A mãe de Demi foi a pior, ela chorou por dias dizendo que estávamos a matando de tristeza- Ri lembrando. Demi e a mãe eram tão parecidas.

-A mãe de Demi? Vocês não tem a mesma mãe?- E ele fez a pergunta que todos ao menos uma vez me faziam.

-Não, meus pais se separaram cedo e meu pai conseguiu minha guarda. Pouco tempo depois se apaixonou pela mãe da Demi, se casaram e é isto, consegui uma irmã e uma outra mãe.

-Você sempre sorri falando da sua família, acho isso lindo- Apontou, me surpreendendo ao se inclinar e tocar na curva do meu lábio que estava curvado com o sorriso.

Senti meu rosto pegar fogo e tentei disfarçar o quanto ele me desconcertava.

-Eu os amo demais, são literalmente tudo para mim.

Embarcamos então em uma conversa leve e agitada, Jake me fez mais perguntas e eu fiz a mesma coisa a ele. Foi bom escutar sobre suas histórias do tempo que morou no Brasil, e logo em seguida como foi voltar a América do Norte, e ter que se readaptar.

-Qual o nome dos seus irmãos?- Perguntei curiosa.

-Kelsey e Seth- Ele soou tão orgulhoso. Quase como um pai e não irmão.

Sentada ali ao seu lado, comendo um lanche barato e escutando o som da minha voz e a dele e em seguida nossas risadas misturadas, descobri o lado de Jake que me recusei a perceber. Ele era doce, divertido e era bom conversar com ele. Dava para perceber o motivo de todas as garotas estarem sempre atrás dele.

E quando tentei disfarçar que estava encarando seu rosto enquanto ele falava sobre seus irmãos sem realmente prestar atenção no que falava. Quando olhou para mim, diretamente em meus olhos, senti um frio invadir meu estômago. Não era uma sensação que senti antes.

Era algo novo.

Aterrorizante.

Ainda sim, não pude deixar de sorrir.

Continua

Love me- Capitulo 5.

Demi

No dia seguinte, havia quase esquecido sobre a ligação de meu pai. Nick havia ficado comigo em meu dormitório de modo clandestino, já que não era misto e não permitiam homens para proteção das mulheres.

De manhã cedo foi para sua casa tomar banho e trocar de roupa apenas para voltar mais cedo para que eu fosse com ele até a faculdade. Mesmo que meu campus fosse exatamente do lado do prédio.

Se havia uma coisa que eu era grata nesta vida era pela presença de Nick em minha vida. Ele sempre sabia como fazer eu me sentir amada e uma necessidade em sua vida. Todo dia pela manhã, eu saia de meu prédio e lá estava ele apoiado em seu carro, com uma caixa de café em suas mãos, parado logo na frente me esperando, para que pudéssemos ir juntos.

Como éramos do mesmo curso e semestre, fazíamos todas as aulas juntos. O professor assim que iniciou a aula logo falou dos projetos, provas e trabalhos que teríamos no semestre. Minha cabeça caiu sobre minhas mãos quando o medo de falhar me paralisou.

-Não se preocupe, Demi, você terá um ótimo professor particular- Nick sussurrou para mim tentando me acalmar. Quase o abracei.

-Obrigada, você é incrível!

Quando cheguei em casa, a primeira coisa que notei foi que Taylor aproveitou o dia livre de aulas para estudar. Ao seu redor sobre a cama que ela estava deitada, haviam milhares de livros.

Ela olhou para mim, por cima do livro, ajeitando o óculos de grau que usava apenas para leitura.

-Taylor, preciso te lembrar que já passou no exame nacional de dois países?- Olhei para ela arqueando uma sobrancelha. –É muito bom estudar, mas vai se divertir um pouco.

Caminhei até a mini-geladeira e peguei uma latinha de refrigerante. Doce açúcar.

Ela franziu a testa. –Tenho um grande trabalho e estou com medo de me sair mal.

-Você não vai, se esforça muito para isso- Pisquei para ela, enquanto abria a latinha e bebia um bom gole de refrigerante.

Quando meu celular tocou, soube na hora quem era e rejeitei a ligação.

-Ele ainda está te ligando?- Ela grunhiu, observando minha reação.

-Sim, vou instalar um aplicativo para bloquear as ligações dele.

Trocar de número seria trabalhoso demais porque este havia sido uma informação complementar em diversos casos.

-Você não devia lidar com isso sozinha.

-E não estou, afinal, tenho minha irmã comigo- Sorri tentando encerrar o assunto de modo descontraído.

Ela não deixou para lá.

-Demi, você deveria falar com nossos pais.

-E perturbá-los novamente com isso? Ele só está me ligando, posso rejeitar a chamada- Dei de ombros tentando mostrar que não era nada demais.

Horas depois, Nina nos chamou para uma pequena reunião no apartamento que dividia com seu noivo, aproveitando que ele havia ido a uma conferência e ela estava sozinha. Assim que chegamos, o assunto inicial foi o primo gato e estrangeiro de Nina. Por algum motivo, Taylor seguiu calada, observando as outras mulheres falarem.

Seu comportamento era tão atípico, que tive que investigar mais. Falando.

-Então esse primo deslumbrante faz medicina?- Perguntei.

-Sim- Nina respondeu parando para beber um pouco de seu martiní. –E melhor amigo, aparentemente, da nossa querida Swift.

-Ele não é meu amigo- disse Taylor, parecendo nervosa.

Miley tinha um olhar malicioso no rosto. –Vi vocês dois pelo campus, ele definitivamente quer você.

-Por favor, Jake quer todas as mulheres desse mundo. Literalmente todas tem uma porta aberta para ele- Minha irmã respondeu rolando os olhos e se levantando do chão para pegar mais uma latinha de refrigerante.

-Não só a porta, querida- Miley riu.

Observei o rosto da Taylor ficar rosa e mordi a minha língua para não comentar nada, então minha cabeça caiu para trás enquanto gargalhava.

Ela tinha que estar afim dele, interessante.

-Qual é o milagre do Nick não estar aqui?- Selena perguntou olhando em volta, como se esperasse que o Nick estivesse aqui em algum lugar.

-Ele saiu com o irmão, sabe se lá para onde.  

-É estranho não vê-lo por perto quando você está por perto- Nina comentou.

-Ei, não vivemos grudados.

-Sim, vocês vivem- Todas responderam inclusive Taylor. Traidora.

Enquanto me arrumava para ir a pizzaria com Nick, tentei não lembrar do comentário de todos falando que vivíamos grudados. Era bom que gostássemos tanto da companhia um do outro, afinal, éramos melhores amigos.

-Quando Nick vem te buscar?

-Daqui a pouco, ás 17:00hrs- Olhei meu relógio de pulso. -Por que mesmo não vai conosco?

Depois da minha pergunta, o rosto dela se contorceu em pânico.

-Meu Deus do céu!- Chiou.

-O que foi?- Perguntei confusa.

-Jake está vindo esse horário para fazermos um trabalho juntos aqui- Taylor deixou escapar em um murmuro.

Parei de checar minha bolsa e olhei para cima. Para Taylor.

-E o que tem isso?

 -Eu não quero ficar sozinha com ele- Ela despejou.

-Vamos Taylor, você é adulta. Você pode lidar com essa situação. Você acha que ele é perigoso?

-Não, ele não é- Respondeu rapidamente. –Estou sendo boba, eu sei, é só que ele me deixa nervosa.

-Se quiser, posso desmarcar com Nick e ficar aqui- Nick com certeza entenderia.

-Não precisa, vou conseguir lidar com a situação e qualquer coisa ligo para vocês em backup.

Saindo do dormitório novamente, Nick me esperava com o meu sorriso favorito dele.

E eu sabia, meu dia seria bom.


Como não poderia ser com ele por perto?


Continua.
Estou amando as mudanças que estou fazendo nessa fanfic! (fanfic refeita e postada em 18/03/19). Além de retirar metade de conversas que não faziam sentido, ainda elimino muito do drama exagerado. Vocês logo vão perceber que o tamanho dela está reduzido. Simplesmente espero que vocês gostem o tanto quanto eu!


(o sorriso meio escondido no final pro Damon :)