Demi
Congelada.
Era assim que eu
me sentia em minha roupa de pirata sexy extremamente curta em uma das noites
mais frias do ano. Minha irmã, Taylor, estava ao meu lado direito com um copo
vermelho na mão vestida em uma fantasia incrível da Princesa Ariel. Havia um
copo vermelho em minha mão também e eu tentava beber o mínimo possível. Meu
comportamento bêbado era lamentável, não queria esse teatro na frente de todos.
Apesar de todas
as promessas de diversão nesta fresta organizada por meu melhor amigo, Nick, eu
me encontrava entediada mesmo sendo apenas o inicio da noite. Estava odiando
que havia sido convencida pela minha irmã a vir mesmo quando sei que ela não
gosta de festas, eu era a irmã festeira.
Reparando o modo
que seu olhar disparava por todo o perímetro do local da festa até posar em seu
ex-namorado idiota vestido de policial pendurado na nova namorada que costumava
ser sua amante, vestida de coelhinha, eu conseguia capturar o motivo pelo qual
ela havia vindo.
-Você tem mesmo
que ficar se torturando e assistindo isso?- Perguntei a ela chateada.
-Eu preciso!- Em
uma longa respiração tomada, bebeu um pouco de seu refrigerante. -Posso parecer
vulnerável agora e até mesmo patética, mas ver toda essa cena vai fazer com que
seja mais fácil superar.
Taylor queria
chorar, eu sabia disso pela forma como ela mexia nervosamente em seu rosto.
Tive que respirar fundo para não caminhar até o seu ex-namorado canalha e lhe
encher de desaforos.
Sempre detestei
ver Taylor chateada ou magoada com qualquer coisa. Quando a vi pela primeira
vez aos treze anos soube que seriamos melhores amigas logo de cara e assim que descobri
que seriamos irmãs, fiquei muito feliz. Além de um segundo e verdadeiro pai que
ganhei no segundo casamento de minha mãe Dianna, também acabei ganhando uma
irmã e melhor amiga.
Quando o idiota
do John começou a beijar a sua nova namorada e passar a mão por debaixo de sua
roupa na frente de todo mundo, escutei a minha irmã arfar.
-Chega, Taylor.
Hora de darmos uma volta!- Peguei a sua mão com cuidado, para não assusta-la e
fazer com que derrubasse a bebida em sua própria roupa.
-Não vou sair da
festa, ele não vai estragar isso para mim!- Sussurrou minha irmã determinada a
mostrar a todos que ela não era fraca.
Minha irmã era
uma pessoa forte e frágil ao mesmo tempo e eu admirava a sua força e sua
determinação. Ela ira conseguir superar isso.
-Não temos que
ir embora, Tay, só não vamos dar a ele a satisfação de nossa atenção- Falei, a
levando pelo corredor infestado de pessoas bêbadas que seguiam uma trilha até a
porta da casa. -Só vamos circular e nos certificar de nos divertimos ao máximo.
Ficamos mais
alguns minutos ali, bebendo e ás vezes dançando desviando diversas vezes de
garotos que tentavam dançar conosco. Em um momento de distração, não havia
percebido que John cada vez mais ficava perto de nós. Fechei meus olhos com
raiva quando percebi que tentava puxar Taylor pelo braço. Quanta audácia.
Taylor pareceu
discutir com ele, e a nova namorada de John não pareceu estar em lugar algum.
A raiva excedeu
o meu limite e caminhei até o bastardo.
-Solte-a, agora!-
Gritei para ele, alçando seu braço e puxando seu agarre furiosamente pra longe de
minha irmã. Taylor esfregou a mão no local e soube que estava doendo. -Seu
bastardo, o que você quer com ela?
-Ela é uma vagabunda,
terminei com ela pouco tempo e já está...- E foi ai que cheguei ao meu limite.
Eu soquei John com toda força que existia em mim. O que era muito.
Eu mal reparei
no que estava fazendo até o meu punho fechado atingir o seu maxilar. Escutei um
barulho muito parecido com "crack"
e esperava ter feito um belo de um estrago em seu rosto. Engole essa!
John gritou e
levantou a sua mão para me atingir de volta e fechei os olhos, esperando o
impacto. Quando a dor não veio, suspendi meu olhar sem jeito para um homem
vestido de algum super-herói, que não conhecia, parado em minha frente. Segurando
ainda o punho de John em sua mão, o acertou com a outra mão. O ex de Taylor se
jogou no chão e gritei “nocaute”
rindo. Fiquei surpresa quando Taylor lhe deu um chute nas costas.
-Seu imbecil!
Como ousa me chamar de vagabunda? Logo você quem estava transando por ai pelas
minhas costas. - Taylor cuspiu indignada.
Era hora irmos
embora.
Antes disso, olhei
para o homem que havia me protegido. Sua fantasia era um clichê no Halloween,
mas ele vestia a roupa realmente bem. Ele era lindo. Era moreno, com cabelo
preto e encaracolado, e olhos da mesma cor. Dava para ver que era esguio, mas
havia músculos se destacando através de sua camisa.
Sim, eu estava o
avaliando descaradamente.
-Obrigada por me
proteger lá - Não costumava ser tão tímida ou nervosa perto de garotos, mas com
esse estranho, tomei cuidado para não gaguejar. –Seria um belo de um soco que
levaria.
-Foi um imenso
prazer, não sabe como desprezo idiotas como ele. Acham que são donos do mundo e
fazem isso sentindo que todas as mulheres lhes devem algo- Ele olhou para
Taylor, que fitava o chão. –Você deve querer levar sua irmã para dentro, ela
parece assustada.
Concordei com a
cabeça.
-Obrigada
novamente- Puxei minha irmã para perto de mim e a abracei. Ela passou os braços
pela minha cintura, me apertando forte em retorno.
Do modo como
Taylor tremia, parecia que a adrenalina em seu corpo a estava deixando tonta.
Ele trouxe os
olhos dele de encontro aos meus e me deu um sorriso firme.
-A propósito o
meu nome é Demi, e o seu?- Podem me prender, ele era bonito. Eu não podia
deixa-lo ir sem antes saber o seu nome.
-É Joseph, mas costumam
me chamar de Joe- Seu sorriso cresceu. -Foi um belo soco! Sua mão não está
dolorida?
Por pensar
nisso, minha mão realmente doía, e droga, estava inchando.
-Agora que
disse, sim, está doendo. Vou colocar um pouco de gelo.
Fiquei surpresa
quando ele nos seguiu até a cozinha. Minha irmã se afastou e foi conversar com
a Nina e Miley, as duas eram nossas amigas e ela parecia um pouco melhor depois
que John se levantou e foi embora da festa.
Sobrou apenas nós
dois na cozinha, mas eu não estava reclamando sobre isso.
Ele pegou uma
bolsa térmica em um dos milhares armários inox e colocou gelo dentro. Ele
parecia saber onde tudo ficava.
-Você conhece o
dono da casa?- Perguntei curiosa, avaliando como se movia confortavelmente pelo
cômodo.
-É dos meus
pais, meu irmão passou a morar quando veio para a faculdade, e estou ficando
por um tempo aqui. Não sabia que meu irmão gostava de festas assim- Ele falou
enquanto tirava as garrafas vazias de cerveja de cima da mesa e seus olhos se
estreitaram quando viu um pacote de erva. O pegou e jogou no lixo mais próximo
da mesa. -Esses idiotas!
-Você é irmão do
Nick? Vocês dois não se parecem muito.
-Sim. Você o
conhece?- Acho que ele queria me perguntar em que grau de intimidade com seu
irmão.
-Ele é o meu
melhor amigo- Respondi sorrindo, até colocar a minha mão no balde com gelo que
Joe havia colocado em cima do balcão em minha frente. -Estranho eu não me
lembrar de você. Somos inseparáveis desde o ensino médio.
-Amiga próxima?
Ou ex-namorada?- Joe arqueou uma sobrancelha.
-Não, nunca fui
sua namorada- Falei enrugando o rosto enquanto a minha mão latejava.
-Sim, consigo
lembrar agora. Meus pais sempre a citavam nas conversas!- Sorriu. -Você não me
conhece porque me mudei da casa de meus pais na Inglaterra a muitos anos, antes
mesmo de começar a fazer a faculdade.
-Que adulto,
morando fora da casa dos pais desde a adolescência.- Disse impressionada.
Ele deu de
ombros parecendo divertido.
-Nunca me dei
muito bem com a questão de autoridade, escolhi seguir meu próprio caminho e
fazer as minhas próprias regras.
-Você sabia
sobre mim... mas nunca soube nada sobre você- Admiti e ele colocou a mão sobre
o peito.
-Uh, isso
machucou- Eu dei risada da sua palhaçada.
Nick entrou na
cozinha e olhou para nós dois estranhamente desconfiado.
-Meu irmão e
minha melhor amiga juntos... Joe vejo que já conheceu a Demi- Ele falou com um
divertimento em sua voz, mas vi que tremeu um pouco. -Agora pode tirar os olhos
dela.
Eu dei risada
batendo em seu braço quando se aproximou de mim. -Defendendo a minha honra,
Nicholas?
-Sempre,
querida!- Ele piscou para mim, e nem reclamou de ser chamado de Nicholas. Eu
era uma das poucas pessoas que podia chama-lo assim.
-Olá, pirralho!-
Joe piscou para ele e eles se abraçaram.
-Foi você quem
bateu no John?- Nick perguntou ao irmão quando se separaram.
-Na verdade foi
a sua melhor amiga quem o nocauteou- Assim que Joe falou, Nick me olhou sem
nenhum surpresa.
-Outro boletim
de violência. Demi?- Nick me perguntou rolando os olhos.
-O quê? Não olhe
assim para mim, Nicholas!- Rolei os meus olhos e ele olhou para a bolsa de gelo
em cima de minha mão.
-Pelo visto foi
um belo soco, ele saiu daqui com um provável olho roxo- Nick riu se movendo
para perto de mim e avaliando minha mão. Nick detestava me ver com dor.
Joseph olhou
curioso, provavelmente como uma garota baixinha como eu parecia se envolver em
muitas brigas.
-Boletim de
violência?- Joe perguntou e Nick riu lembrando.
-Só vamos te
deixar saber que Demi aqui conhece uma prisão como nenhum outro.
-Não é para
tanto, sou uma pessoa melhor agora. Madura e evoluída- Lembrar dos erros do
passado não era algo que queria fazer. Nunca.
-Lembra do que
aconteceu com o seu ultimo namorado?- Respondeu o Nick, me puxando de volta
para tudo.
-O que houve com
ele?- Joe estava interessado agora em saber. Maldito Nick.
-Ele me traiu em
uma festa e eu o flagrei- Fechei os meus olhos olhando para os gelos já quase
derretidos.
-E o que houve
depois?
-Posso tê-lo
deixado inconsciente após bater uma garrafa em sua cabeça- Deixei as palavras
escaparem em um chiado. Não me sentia orgulhosa pelos deslizes que cometi na vida, mas
também não estava completamente arrependida. –Mas a culpa foi toda da bebida,
garanto. Normalmente não tenho esse comportamento.
-Sério?- Joe
falou surpreso.
-Ele ficou bem.
Eu sou um pouco impulsiva- Respondi. –E já entendi agora que violência não leva
a nada.
Joseph suspendeu
uma sobrancelha como se dissesse “garota, você viu o que fez há minutos atrás?”
-Ele deve ter
merecido- Joseph piscou para mim e eu meio que derreti um pouco por dentro, mas
mantive o meu sorriso firme.
Não,
Joseph, ninguém merece esse tipo de reação.
-Sim, ele
mereceu- Nicholas disse de forma sombria, se equilibrando no balcão vestido de
vampiro e se sentado bem ao lado do meu balde de gelo.
Ele sempre odiou
Travis. Era meio complicado quando o namorava porque o meu melhor amigo não
podia tolerar nos ver juntos sem reclamar e fazer algum comentário ruim.
E bem, eu não
acho que vejo uma vida em que apoiaria algo que pudesse afastar o meu melhor
amigo de mim. Mas nunca o deixaria ditar quem eu devo namora.
Olhei para ele.
-Apesar de não
ter gostado muito da minha reação avaliando agora, posso dizer que Travis
também era um pouco louco.
Nick caminhou
até a geladeira e pegou um refrigerante.
-Você ainda não
está bêbado? Que diabo está te mantendo sóbrio?- Joseph olhou para ele surpreso
quando o viu beber um copo com refrigerante e não bebida alcoólica.
-Irmão, eu não
bebo desde o ensino médio- Nick piscou para ele.
Sabia que era por minha causa, e não me sentia mal por isso. Gostava de Nick com hábitos mais saudáveis. Se saudável era entrar em competições de quem comprava mais besteira em supermercados.
Sabia que era por minha causa, e não me sentia mal por isso. Gostava de Nick com hábitos mais saudáveis. Se saudável era entrar em competições de quem comprava mais besteira em supermercados.
-Bem meninos,
estou cansada com a mão dolorida e passou da hora de dormir. Nick, amor, quando você acordar pela manhã irá se arrepender disso aqui assim que todos forem embora e você ver o estrago
que os bêbados causaram.
-Demi, obrigada
pela doce observação- Nick falou azedo, olhando ao redor para toda a nojeira
que sua cozinha havia se tornado.
-Basicamente, deveriam
parar de dar festas para adultos com comportamentos de adolescentes- Joe disse
suspirando e olhando o copo vermelho.
-Quanto você
pensa que é, velhinho?- Falei para Joe, erguendo a minha sobrancelha para ele.
-Eu tenho vinte
anos- Ele sorriu com fileiras de dentes brancos. Meu coração começou a correr
em loucas batidas. Pode ir clareando essa mente, Demetria! Nada de ficar toda
quente pelo irmão do Nick!
-Eu tenho vinte
e um, fofinho- Respondi piscando para ele e Nicholas riu.
-Nunca deixe se
enganar por este rostinho fofo- Nick disse divertido.
Joe me olhou
surpreso.
-Realmente,
nunca se engane com um fala mansa e uma carinha linda- Ele piscou para mim
rindo.
-Não fique
magoado, as pessoas nunca são o que parecem- Falei para ele piscando de volta.
-Certamente- Ele
observou, me olhando de cima para baixo lentamente. -Realmente, não você.
Nicholas
estreitou os olhos para nossa troca.
-Pode mover os
seus estúpidos olhos de volta para o seu rosto- Nick rosnou- Ela não é um
pedaço de carne, tenha respeito!
Afastei-me da
mesa e dei um abraço em Nick.
-Eu
absolutamente te amo- Sussurrei em seu ouvido. -Sua festa estava incrível, mas
dá próxima vez, por favor, crie uma lista de presença ou a escoria entrará
novamente.
Ele me abraçou de volta, todo orgulhoso de si.
Ele me abraçou de volta, todo orgulhoso de si.
-Tudo por você, meu
amor. Eu absolutamente te amo também!- Nick era travado em algumas coisa, mas
não em dizer para a melhor amiga que a amava.
Sorri e me
afastei dele, acenando para Joe.
Sai da cozinha e
fui em direção a Taylor que ainda estava conversando com nosso pequeno grupo de amigas em comum.
-Como está a
minha pequena pirata?- Perguntou me abraçando.
-E pensar que eu
estava pensando em vir de anjo. Pelo menos piratas agem escandalosamente.
Nós duas nos
despedimos das meninas e seguimos para os dormitórios da faculdade pegando
carona com Miley, que morava por perto e milagrosamente não havia bebido.
-Obrigada por me
defender- Taylor agradeceu enquanto estávamos no carro.
-Você é minha
irmã, eu faço tudo por você- Falei para ela.
E não havia
verdade maior. Por Taylor, eu faria qualquer coisa sempre.
Continua.
Espero que gostem :)
AAAAAAAA
ResponderExcluirTô só esperando o fim de semana chegar para eu ter tempo de ler tudo <3333