Love me- Capitulo 2.

terça-feira, 2 de julho de 2019

TAYLOR

Fui acordada por Demetria na noite após a festa de Halloween.

Quando a vi segurando sua mão com lágrimas no rosto, soube, ela havia fraturado e tentou disfarçar a dor com receio de ir ao médico. Não sabia para quem ligar aquele horário e como Demi não quis perturbar ninguém, pedimos um táxi.

Com bastante receio e já temendo seu desespero, liguei para minha mãe. Pela sua reação, parecia que Demi havia levado um tiro e lutava pela sua vida na emergência, e não um simples osso fraturado.

-Sim, mãe, está tudo bem! Não precisa vir para cá. Disseram que está só torcido e que ela vai enfaixar- Disse pela décima terceira vez, suspirando.

-Eu sabia que vocês duas em outro país sozinhas iria me colocar doida, vocês meninas não pensaram nas noites perdidas que tenho agora? Demi já se machucou, como posso ficar em paz assim preocupada com vocês? Por favor, Taylor, voltem para casa.

Demorou muito tempo para minha mãe aceitar que eu e a minha irmã estávamos nos mudando para uma faculdade da Califórnia e não da Inglaterra, quando soube que teria que ligar para ela, previ que esta conversa aconteceria novamente. Ela sempre tentava nos persuadir a voltar.  

-Mãe, está tudo bem! De verdade.

-Por favor, me dê mais informações sobre como sua irmã está.

Por mais que a Dianna não fosse a minha mãe biológica, eu a amava como se fosse. Ela era a minha segunda mãe e cuidava de mim havia sólidos 9 anos. Eu também tinha um ótimo relacionamento com a minha mãe Andrea e éramos muito próximas. Era bom ter duas pessoas que me amavam com um amor de mãe irrevogável e que se importavam comigo.

-Tudo bem, eu prometo te ligar assim que Demi aparecer. Só tenha em mente que ela está bem e que não foi nada grave.

Eu não estava reagindo bem ao fato de que Demi havia se machucado por minha causa. Por mais que não quisesse deixar com John arruinasse as coisas para mim, tinha que admitir que não deveria ter ido a festa para tentar provar algo a mim mesma. Nada de bom saiu disso.

Nick reagiu ainda pior do que Dianna ao saber do ferimento de Demi, se é que isso foi possível. Até pelas mensagens de texto dava para identificar que gritava por novas informações. Ele sempre teve uma ligação forte com a minha irmã.

Demi apareceu minutos depois com a mão enfaixada enquanto eu piscava algumas vezes para afastar o sono. Ela me deu língua e sorriu.

Só a Demi para sorrir em um momento como esses.

-Então, qual é o veredito?- Levantei o meu olhar até o braço dela.

-Nada muito sério, só uma pequena fratura- Respondeu bocejando.

Fiz uma careta.

-Nem faça essa cara. - ela sorriu para mim, logo em seguida piscando - Sei o que está pensando e a culpa não foi sua. Eu ainda teria socado ele, se quer saber.

Demi me soprou um beijo.

-Agora vamos voltar para o nosso dormitório, maninha. Temos que passar em uma farmácia no caminho para comprarmos os remédios. E então... tchau, tchau dor.

-Vamos, minha heroína Sparta!- Demos risada até que me lembrei. -Você precisa ligar para o papai e para a mamãe, e por ultimo e não menos importante, Nicholas.

-Você contou a ela?- Demi franziu a testa- Que droga, Taylor! E para o Nick também? Merda dupla!

Demi sempre teve um comportamento impulsivo, nunca fazia nada pela metade. Com ela sempre era tudo ou nada. Isso a prejudicava muito algumas vezes.

Andamos até o carro e observei-a pegar seu celular e ligar para o Nick. Dirigi até a farmácia e comprei os seus remédios enquanto ela permanecia na ligação e quando voltei, ela ainda tentava o tranquilizar. Balancei a cabeça sorrindo. Nick era um bobo quando se tratava da minha irmã.

-Ele é tão super protetor...- Ela praticamente gritou.

-Até parece que não gosta desse lado dele- Disse a ela. -Admita, você ama ver como ele se preocupa com você.

-Tem razão, eu gosto- Deu de ombros sorrindo. -Mas isso não significa que ainda não me enlouquece às vezes.

Pegamos outro táxi e assim que chegamos ao campus, meu corpo relaxou com a realização de que estaria dormindo em breve. Estava cansada demais devido a privação de mais de um dia inteiro de sono.

Infelizmente não houve momentos de paz para mim. John estava em frente a porta de meu quarto, sentado ao chão parecendo derrotado com seus olhos negros e bochecha purpura.

Por um segundo fiquei surpresa sobre como havia chegado até aqui sem ser pego, meninos eram proibidos nos dormitórios da faculdade. A realização me caiu de que me traiu diversas vezes, então sabia bem como ser um rato sorrateiro que entrava em quartos femininos alheios durante a noite.

-O que está fazendo aqui?- Perguntei duramente a ele. John apenas me olhava como se esperasse mais de mim, como se por um segundo, pensasse que eu correria até ele.

-Taylor, eu queria te pedir desculpas pelo que fiz ontem- Seus olhos miraram a mão de Demetria.

-Saiba que agora tenho um gesso e não tenho medo de usá-lo- Mesmo com dor, Demi soou extremamente zangada.

-Por favor, me deixe falar com você- John me implorou passando a mão nervosamente por seu cabelo preto, ignorando completamente que minha irmã o fuzilava com os olhos. –Só preciso de cinco minutos.

Virei para Demi. –Pode entrar, Demi. Vou conversar com ele por um segundo e volto.

 Eu poderia não ouvi-lo. Mas algo em mim me perguntava quais motivos tinha para não escuta-lo, não iria piorar ou mudar nada. Talvez isso merecesse um encerramento em que John me visse equilibrada e bem, eu estava de pé e não iria me submeter a ele. Não mais.

-O quê?- Ela parecia estupefata.

-Eu sei o que estou fazendo, Demi. Pode ir- Acenei com a cabeça.

-Está bem, qualquer coisa é só me gritar- Lançou outro olhar fulminante para o John antes de entrar no quarto e bater a porta com força. Suspirei.

-Fale rápido, você tem dois minutos- Minha voz soava tão cansada quando eu me sentia.

-Eu queria me desculpar por ontem, sei que sai da linha.

-Você já disse isso. Era tudo o que queria dizer?

-Sei que te magoei e que pode ser tarde demais, eu estava fora de minha mente por um tempo e achei que queria Katy. Taylor, eu não consigo parar de pensar em você e ver você com aqueles rapazes na festa ontem me irritou, finalmente percebi o que não enxerguei antes... eu te amo.  

-Você tem razão, John, é tarde demais.

-Eu disse que te amo, isso não serve para me perdoar?

-Não, não ama não. Você só odiou me ver seguindo em frente.

Ele se afastou e piscou milhares de vezes.

-Vai para casa, John e não volte mais. Não há mais chance algum pra você aqui- Disse por ultimo, virando as minhas costas para ele e abrindo a minha porta.

Não havia vontade em mim de chorar e tomei isso como um bom sinal. Ele não detinha esse poder.

-Estou orgulhosa de você, está com a casca mais grossa agora.

-Homens desprezíveis tem esse poder de despertar ódio e desgosto em nós mulheres.

Caminhei até a cozinha direto para a geladeira para buscar dois potes de sorvetes diferentes. Flocos e creme, meus favoritos.

Não precisávamos dizer mais nada, nossa mãe Dianna sempre comia sorvete quando estava chateada e isso foi uma herança de hábito que pegamos dela. Sempre que algo ruim acontecia, só precisávamos nos juntar e comer um bom e velho sorvete para nos sentirmos em casa novamente.

Tive que lembrar a mim mesma de que tinha aula em minutos e precisava levantar da cama apesar de toda a minha vontade de apenas me jogar em algum canto e cair no sono.

Starbucks foi minha primeira parada depois que sai do dormitório.  Na Inglaterra, eu provavelmente teria pedido algo com menos caloria como Pumpkin Spice Latte ou Vanilla Latte, mas aqui na Califórnia, sempre pedia o Java Chip Frappucino. Desde que cheguei a este novo país, havia engordado 15kg e nunca estive tão bem comigo mesma e meu corpo.

A sala de aula estava ocupada por milhares de alunos mesmo que ainda tivéssemos quinze minutos antes da aula começar. A sala era um auditório em forma oval, com milhares de cadeiras, havia um telão e um espaço como de um teatro. A estrutura e organização eram incríveis!

Quando alguém se sentou ao meu lado quando havia diversas cadeiras vazias ao meu torno, pensei que era minha melhor amiga Nina. Foi um choque e tanto ao invés dela, encontrar um homem. Ele era moreno, tinha cabelos pretos e queixo quadrado. Um sorriso brincalhão surgiu em seus lábios mostrando para mim seus dentes brancos e alinhados. Havia covinhas também, não era algo que estava familiarizada a ver em garotos, mas achava adorável.

-Sempre me disseram que Californianos era mais amigáveis, mas esse seu olhar não me passou muito essa energia- Ele disse divertido.

Senti meu rosto pegar fogo. Eu estava sendo rude.

-Me desculpe, não queria parecer como se você fosse leproso ou algo assim- As palavras escapuliram de minha boca e meu rosto ficou ainda mais quente, como não achei que fosse possível. –É que achei que fosse minha amiga, imagina a minha surpresa de ver um desconhecido.

Exatamente neste momento escutei meu nome ser chamado. Nina caminhava em minha direção balançando seu olhar casualmente entre mim e o garoto sentado ao meu lado. –Jake, que surpresa te ver aqui. Como sabia que Taylor era minha amiga? Interessante, nunca apresentei vocês dois.

Como amiga da Nina por dois anos, sabia que seu tom foi um algo a mais.

-Na verdade, eu não sabia. Vamos dizer que foi o destino- Jake -como lhe foi chamado, disse piscando pra ela.

-Vocês se apresentaram?

  Oh Deus...

-Se saber seu nome significa se apresentar, então sim- Voltou a responder em tom brincalhão. Parecia que o sorriso em seu rosto nunca se desfazia.

Era um lindo e aquecedor, inclusive.

Nina esticou seu braço para mim e então para Jake. –Taylor, este é o Jake e Jake, esta é a Taylor. Jake é meu primo que tem descendência brasileira e Taylor é minha britânica favorita e melhor amiga. Muitas fronteiras aqui, meus amigos.

Olhei para frente, desviando o meu olhar dos dois por um tempo com a minha mente divagando.

Nina sentou ao meu outro lado.

-Como Demi está?- Ela perguntou. –Não obtive sucesso em obter uma resposta dela está manhã.

-Não teria como, ela fraturou alguns ossos dos dedos quando acertou o rosto do John. Acabamos parando na emergência.

-Céus, Demi tem um recorde em conseguir ossos quebrados.

Sim, de preferência em alguém.

-Demi é a sua irmã?- Jake perguntou. Isso me deixou cautelosa por nenhum motivo especial além de ele parecer muito interessado em mim.

-Sim.

-Ela socou o seu ex namorado?- Seu tom de voz não me pareceu como um julgamento.

-Socou, e bem no meio do rosto- Nina deu risada e apontou para baixo. –Admiro sua força. O rosto do John está péssimo.

-O que ele fez de tão ruim?- Jake olhou para baixo, para o meu ex que continuava a cada momento a me olhar de relance, dividindo sua atenção entre nós dois.

Fechei meus olhos com força por um instante desejando que John parasse de olhar.

-Nada que eu queira lembrar. Ele ainda está olhando?- Perguntei timidamente, focando minha atenção nos olhos castanhos escuros de Jake.

Trazer meus problemas amorosos a um estranho não me pareceu agradável.

-Não- Jake disse, mas senti que era mentira, porque ainda podia sentir a queimadura de seu olhar.

Nina ao meu lado totalmente obtusa sobre nossa conversa. Seu namorado Ian havia chegado e ela estava focada apenas nele. Eles eram um casal fofo e o que eu mais gostava no Ian era o seu sarcasmo exagerando mesmo quando ele tinha um coração gigantesco. Ele é lindo, alto, musculoso, dos olhos azuis profundos e cabelos pretos que quase sempre estavam bagunçados, o que deixava tudo ainda mais sexy. Nina era igualmente linda, tinha tamanho mediano, e cabelos castanhos escuros da mesma cor dos olhos.
Eu desejava tanto que alguém me olhasse da forma protetora e amorosa como o Ian olhava a Nina. Não havia duvida que ambos se amavam.

O professor entrou na sala de aula, remetendo a mim mesma fora de meus desvaneios.

-Olá turma!- Ele sorriu e falou uma piada totalmente sem graça -como todo professor novato normalmente faz, o que deixou um extremo silêncio através da turma. -Todos sabem que estamos no meio do semestre e que temos um trabalho que vale metade da nota e que vocês iriam fazer sozinhos.

A turma produziu um barulho de horror.

-Houve uma pequena mudança de planos- O professor continuou. -Vocês sabem que em qualquer curso e na vida em si, a questão do trabalho em grupo é algo extremamente importante. A interação entre vocês nos traz conteúdo sobre quem são e como se relacionam com o mundo ao seu redor. Pensando em tudo isso, decidi que mudanças nesse estilo seriam essenciais neste momento. Percebi que muitos nesse curso tendem a ser muito individualistas.

Ele parou de andar e olhou para a turma.

-Quero que se separem em duplas e que de agora em diante façam toda e qualquer tarefa em dupla. No final deste semestre irei esperar que realmente tenham se dado bem e o que descobriram sobre si mesmo.

Droga. Eu não tinha uma dupla levando em conta que só conhecia Nina e ela com certeza formaria par com Ian mesmo que já se conhecessem muito bem. Eu estava só.

Tentei agir como uma adulta. Adultos não precisavam estar com uma pessoa conhecida em um local para fazerem suas tarefas direito.

Assim que a aula acabou, fui até onde estava o professor. O professor Dantes olhou para mim com pouco interesse quando viu minha aproximação a ele.

-Senhorita Swift, o que posso fazer por você?- Nem me surpreendi por saber o meu nome mesmo o semestre tendo recomeçado há pouco tempo.

-Professor, existe alguma possibilidade de eu poder fazer esse trabalho sozinha?- Mordi o meu lábio com insegurança e nervosismo.

-Desculpa, mas não posso abrir exceções. Senhorita Swift, esse é um dos trabalhos que mostra a aptidão dos alunos para o futuro, isso adiciona experiência de vida a vocês e é exatamente o que a sociedade e o mercado de trabalho busca, alguém que mostra ter boa interação.

Com a sua negativa, me senti complemente desmotivada.

Não insisti mais. Enquanto estava indo embora, quase trombei em Jake que estava atrás de mim. Pedi desculpas consertando a mim mesma, observando Jake novamente parecer me avaliar com os seus olhos negros.

Como se pudesse ver a minha alma.

-Sem problemas, como eu era o parado atrás de você mais da metade da culpa é minha- Outro sorriso apareceu me fazendo ficar nervosa.

-Pode falar com o professor Dante agora, já tirei minha dúvida.

-Na verdade queria falar com você?

-Falar comigo? Sobre o quê?

-Sobre a dupla, vi que está tendo problemas com isso e queria me candidatar- Piscou.

-Não precisa ter pena de mim, eu posso arranjar outra dupla.

Ele franziu a testa, como se o que eu dissesse fosse um absurdo.

-Eu quero ser a sua dupla, achei ter deixado claro que gostei de você.

Em que sentido isso teria sido dito? Não queria arriscar ser equivoca, então decidi pensar em seu comentário como amigável.

-Oh, aceito então.

Nina finalmente pareceu observar nossa troca de interação e atrás de Jake fez que “não” com a cabeça apontando para ele. Seus lábios se moveram no que entendi ser “casa nova”.

Quando Jake abriu novamente um sorriso que fez meu coração disparar e as palmas das mãos suarem, repassei a mim mesma o pensamento de que não queria me apegar a mais ninguém, muito menos um mulherengo. Havia acabado de sair de um mal relacionamento e não queria entrar em outro pior ainda. Ou melhor, não queria entrar em nenhum.

Eu teria que manter Jake longe de mim.

O problema é, como faria isso se ele estava em todo lugar?

Continua.
Espero que gostem!


6 comentários:

  1. Finalmente,Bitch-chan! Pensei que teria de roubar seu caderno para ler esse capítulo. Love me está simplesmente apaixonante, por favor não apague eu preciso disso!

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    1. Olha só quem está falando, Otome! Estou esperando o seu capitulo ainda, sua louca.
      Obrigada (Mas pare de mentir), estou realmente feliz que alguém esteja gostando da Fanfic. Não vou mais apagar (Eu acho), vamos ver com o tempo ^-^

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  2. Mentira? Não mesmo! Eu realmente espero que você não apague e por favor poste logo que eu necessito urgentemente ler Love me!!!

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    1. Ownnnt :3 Bitch-Chan, obrigada. Acho que você é uma das poucas pessoas que gostam da minha fanfic, agradeço por isso, por causa de você (de outras poucas pessoas -mas importantes) que ainda não desativei o blog ou parei de escrever! ^-^
      Estou escrevendo :p

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  3. Posta logo.
    Fiquei feliz que você não desistiu de Vampires, estou amando as duas fanfics.
    Posta logo.
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