TAYLOR
Fui acordada por
Demetria na noite após a festa de Halloween.
Quando a vi
segurando sua mão com lágrimas no rosto, soube, ela havia fraturado e tentou
disfarçar a dor com receio de ir ao médico. Não sabia para quem ligar aquele
horário e como Demi não quis perturbar ninguém, pedimos um táxi.
Com bastante
receio e já temendo seu desespero, liguei para minha mãe. Pela sua reação,
parecia que Demi havia levado um tiro e lutava pela sua vida na emergência, e
não um simples osso fraturado.
-Sim, mãe, está
tudo bem! Não precisa vir para cá. Disseram que está só torcido e que ela vai
enfaixar- Disse pela décima terceira vez, suspirando.
-Eu sabia que
vocês duas em outro país sozinhas iria me colocar doida, vocês meninas não
pensaram nas noites perdidas que tenho agora? Demi já se machucou, como posso
ficar em paz assim preocupada com vocês? Por favor, Taylor, voltem para casa.
Demorou muito
tempo para minha mãe aceitar que eu e a minha irmã estávamos nos mudando para
uma faculdade da Califórnia e não da Inglaterra, quando soube que teria que
ligar para ela, previ que esta conversa aconteceria novamente. Ela sempre
tentava nos persuadir a voltar.
-Mãe, está tudo
bem! De verdade.
-Por favor, me dê
mais informações sobre como sua irmã está.
Por mais que a
Dianna não fosse a minha mãe biológica, eu a amava como se fosse. Ela era a
minha segunda mãe e cuidava de mim havia sólidos 9 anos. Eu também tinha um
ótimo relacionamento com a minha mãe Andrea e éramos muito próximas. Era bom
ter duas pessoas que me amavam com um amor de mãe irrevogável e que se
importavam comigo.
-Tudo bem, eu
prometo te ligar assim que Demi aparecer. Só tenha em mente que ela está bem e
que não foi nada grave.
Eu não estava
reagindo bem ao fato de que Demi havia se machucado por minha causa. Por mais
que não quisesse deixar com John arruinasse as coisas para mim, tinha que
admitir que não deveria ter ido a festa para tentar provar algo a mim mesma.
Nada de bom saiu disso.
Nick reagiu
ainda pior do que Dianna ao saber do ferimento de Demi, se é que isso foi
possível. Até pelas mensagens de texto dava para identificar que gritava por
novas informações. Ele sempre teve uma ligação forte com a minha irmã.
Demi apareceu
minutos depois com a mão enfaixada enquanto eu piscava algumas vezes para
afastar o sono. Ela me deu língua e sorriu.
Só a Demi para
sorrir em um momento como esses.
-Então, qual é o
veredito?- Levantei o meu olhar até o braço dela.
-Nada muito
sério, só uma pequena fratura- Respondeu bocejando.
Fiz uma careta.
-Nem faça essa cara.
- ela sorriu para mim, logo em seguida piscando - Sei o que está pensando e a
culpa não foi sua. Eu ainda teria socado ele, se quer saber.
Demi me soprou
um beijo.
-Agora vamos
voltar para o nosso dormitório, maninha. Temos que passar em uma farmácia no
caminho para comprarmos os remédios. E então... tchau, tchau dor.
-Vamos, minha
heroína Sparta!- Demos risada até que me lembrei. -Você precisa ligar para o
papai e para a mamãe, e por ultimo e não menos importante, Nicholas.
-Você contou a
ela?- Demi franziu a testa- Que droga, Taylor! E para o Nick também? Merda
dupla!
Demi sempre teve
um comportamento impulsivo, nunca fazia nada pela metade. Com ela sempre era
tudo ou nada. Isso a prejudicava muito algumas vezes.
Andamos até o
carro e observei-a pegar seu celular e ligar para o Nick. Dirigi até a farmácia
e comprei os seus remédios enquanto ela permanecia na ligação e quando voltei,
ela ainda tentava o tranquilizar. Balancei a cabeça sorrindo. Nick era um bobo
quando se tratava da minha irmã.
-Ele é tão super
protetor...- Ela praticamente gritou.
-Até parece que
não gosta desse lado dele- Disse a ela. -Admita, você ama ver como ele se
preocupa com você.
-Tem razão, eu
gosto- Deu de ombros sorrindo. -Mas isso não significa que ainda não me
enlouquece às vezes.
Pegamos outro
táxi e assim que chegamos ao campus, meu corpo relaxou com a realização de que
estaria dormindo em breve. Estava cansada demais devido a privação de mais de
um dia inteiro de sono.
Infelizmente não
houve momentos de paz para mim. John estava em frente a porta de meu quarto,
sentado ao chão parecendo derrotado com seus olhos negros e bochecha purpura.
Por um segundo
fiquei surpresa sobre como havia chegado até aqui sem ser pego, meninos eram
proibidos nos dormitórios da faculdade. A realização me caiu de que me traiu
diversas vezes, então sabia bem como ser um rato sorrateiro que entrava em
quartos femininos alheios durante a noite.
-O que está
fazendo aqui?- Perguntei duramente a ele. John apenas me olhava como se
esperasse mais de mim, como se por um segundo, pensasse que eu correria até
ele.
-Taylor, eu
queria te pedir desculpas pelo que fiz ontem- Seus olhos miraram a mão de
Demetria.
-Saiba que agora
tenho um gesso e não tenho medo de usá-lo- Mesmo com dor, Demi soou
extremamente zangada.
-Por favor, me
deixe falar com você- John me implorou passando a mão nervosamente por seu
cabelo preto, ignorando completamente que minha irmã o fuzilava com os olhos.
–Só preciso de cinco minutos.
Virei para Demi.
–Pode entrar, Demi. Vou conversar com ele por um segundo e volto.
Eu poderia não ouvi-lo. Mas algo em mim me
perguntava quais motivos tinha para não escuta-lo, não iria piorar ou mudar
nada. Talvez isso merecesse um encerramento em que John me visse equilibrada e
bem, eu estava de pé e não iria me submeter a ele. Não mais.
-O quê?- Ela
parecia estupefata.
-Eu sei o que
estou fazendo, Demi. Pode ir- Acenei com a cabeça.
-Está bem,
qualquer coisa é só me gritar- Lançou outro olhar fulminante para o John antes
de entrar no quarto e bater a porta com força. Suspirei.
-Fale rápido,
você tem dois minutos- Minha voz soava tão cansada quando eu me sentia.
-Eu queria me
desculpar por ontem, sei que sai da linha.
-Você já disse
isso. Era tudo o que queria dizer?
-Sei que te
magoei e que pode ser tarde demais, eu estava fora de minha mente por um tempo
e achei que queria Katy. Taylor, eu não consigo parar de pensar em você e ver
você com aqueles rapazes na festa ontem me irritou, finalmente percebi o que
não enxerguei antes... eu te amo.
-Você tem razão,
John, é tarde demais.
-Eu disse que te
amo, isso não serve para me perdoar?
-Não, não ama
não. Você só odiou me ver seguindo em frente.
Ele se afastou e
piscou milhares de vezes.
-Vai para casa,
John e não volte mais. Não há mais chance algum pra você aqui- Disse por
ultimo, virando as minhas costas para ele e abrindo a minha porta.
Não havia
vontade em mim de chorar e tomei isso como um bom sinal. Ele não detinha esse
poder.
-Estou orgulhosa
de você, está com a casca mais grossa agora.
-Homens
desprezíveis tem esse poder de despertar ódio e desgosto em nós mulheres.
Caminhei até a
cozinha direto para a geladeira para buscar dois potes de sorvetes diferentes.
Flocos e creme, meus favoritos.
Não precisávamos
dizer mais nada, nossa mãe Dianna sempre comia sorvete quando estava chateada e
isso foi uma herança de hábito que pegamos dela. Sempre que algo ruim
acontecia, só precisávamos nos juntar e comer um bom e velho sorvete para nos
sentirmos em casa novamente.
Tive que lembrar
a mim mesma de que tinha aula em minutos e precisava levantar da cama apesar de
toda a minha vontade de apenas me jogar em algum canto e cair no sono.
Starbucks foi
minha primeira parada depois que sai do dormitório. Na Inglaterra, eu provavelmente teria pedido
algo com menos caloria como Pumpkin Spice Latte ou Vanilla Latte, mas aqui na
Califórnia, sempre pedia o Java Chip Frappucino. Desde que cheguei a este novo
país, havia engordado 15kg e nunca estive tão bem comigo mesma e meu corpo.
A sala de aula
estava ocupada por milhares de alunos mesmo que ainda tivéssemos quinze minutos
antes da aula começar. A sala era um auditório em forma oval, com milhares de
cadeiras, havia um telão e um espaço como de um teatro. A estrutura e
organização eram incríveis!
Quando alguém se
sentou ao meu lado quando havia diversas cadeiras vazias ao meu torno, pensei
que era minha melhor amiga Nina. Foi um choque e tanto ao invés dela, encontrar
um homem. Ele era moreno, tinha cabelos pretos e queixo quadrado. Um sorriso brincalhão
surgiu em seus lábios mostrando para mim seus dentes brancos e alinhados. Havia
covinhas também, não era algo que estava familiarizada a ver em garotos, mas
achava adorável.
-Sempre me
disseram que Californianos era mais amigáveis, mas esse seu olhar não me passou
muito essa energia- Ele disse divertido.
Senti meu rosto
pegar fogo. Eu estava sendo rude.
-Me desculpe,
não queria parecer como se você fosse leproso ou algo assim- As palavras
escapuliram de minha boca e meu rosto ficou ainda mais quente, como não achei
que fosse possível. –É que achei que fosse minha amiga, imagina a minha
surpresa de ver um desconhecido.
Exatamente neste
momento escutei meu nome ser chamado. Nina caminhava em minha direção
balançando seu olhar casualmente entre mim e o garoto sentado ao meu lado.
–Jake, que surpresa te ver aqui. Como sabia que Taylor era minha amiga? Interessante,
nunca apresentei vocês dois.
Como amiga da
Nina por dois anos, sabia que seu tom foi um algo a mais.
-Na verdade, eu
não sabia. Vamos dizer que foi o destino- Jake -como lhe foi chamado, disse
piscando pra ela.
-Vocês se
apresentaram?
Oh Deus...
-Se saber seu
nome significa se apresentar, então sim- Voltou a responder em tom brincalhão.
Parecia que o sorriso em seu rosto nunca se desfazia.
Era um lindo e
aquecedor, inclusive.
Nina esticou seu
braço para mim e então para Jake. –Taylor, este é o Jake e Jake, esta é a
Taylor. Jake é meu primo que tem descendência brasileira e Taylor é minha britânica
favorita e melhor amiga. Muitas fronteiras aqui, meus amigos.
Olhei para
frente, desviando o meu olhar dos dois por um tempo com a minha mente
divagando.
Nina sentou ao
meu outro lado.
-Como Demi
está?- Ela perguntou. –Não obtive sucesso em obter uma resposta dela está manhã.
-Não teria como,
ela fraturou alguns ossos dos dedos quando acertou o rosto do John. Acabamos
parando na emergência.
-Céus, Demi tem
um recorde em conseguir ossos quebrados.
Sim, de
preferência em alguém.
-Demi é a sua
irmã?- Jake perguntou. Isso me deixou cautelosa por nenhum motivo especial além
de ele parecer muito interessado em mim.
-Sim.
-Ela socou o seu
ex namorado?- Seu tom de voz não me pareceu como um julgamento.
-Socou, e bem no
meio do rosto- Nina deu risada e apontou para baixo. –Admiro sua força. O rosto
do John está péssimo.
-O que ele fez
de tão ruim?- Jake olhou para baixo, para o meu ex que continuava a cada momento
a me olhar de relance, dividindo sua atenção entre nós dois.
Fechei meus
olhos com força por um instante desejando que John parasse de olhar.
-Nada que eu
queira lembrar. Ele ainda está olhando?- Perguntei timidamente, focando minha
atenção nos olhos castanhos escuros de Jake.
Trazer meus
problemas amorosos a um estranho não me pareceu agradável.
-Não- Jake
disse, mas senti que era mentira, porque ainda podia sentir a queimadura de seu
olhar.
Nina ao meu lado
totalmente obtusa sobre nossa conversa. Seu namorado Ian havia chegado e ela
estava focada apenas nele. Eles eram um casal fofo e o que eu mais gostava no
Ian era o seu sarcasmo exagerando mesmo quando ele tinha um coração gigantesco.
Ele é lindo, alto, musculoso, dos olhos azuis profundos e cabelos pretos que quase
sempre estavam bagunçados, o que deixava tudo ainda mais sexy. Nina era
igualmente linda, tinha tamanho mediano, e cabelos castanhos escuros da mesma
cor dos olhos.
Eu desejava
tanto que alguém me olhasse da forma protetora e amorosa como o Ian olhava a
Nina. Não havia duvida que ambos se amavam.
O professor entrou
na sala de aula, remetendo a mim mesma fora de meus desvaneios.
-Olá turma!- Ele
sorriu e falou uma piada totalmente sem graça -como todo professor novato
normalmente faz, o que deixou um extremo silêncio através da turma. -Todos
sabem que estamos no meio do semestre e que temos um trabalho que vale metade
da nota e que vocês iriam fazer sozinhos.
A turma produziu
um barulho de horror.
-Houve uma
pequena mudança de planos- O professor continuou. -Vocês sabem que em qualquer
curso e na vida em si, a questão do trabalho em grupo é algo extremamente
importante. A interação entre vocês nos traz conteúdo sobre quem são e como se
relacionam com o mundo ao seu redor. Pensando em tudo isso, decidi que mudanças
nesse estilo seriam essenciais neste momento. Percebi que muitos nesse curso
tendem a ser muito individualistas.
Ele parou de
andar e olhou para a turma.
-Quero que se
separem em duplas e que de agora em diante façam toda e qualquer tarefa em
dupla. No final deste semestre irei esperar que realmente tenham se dado bem e
o que descobriram sobre si mesmo.
Droga. Eu não
tinha uma dupla levando em conta que só conhecia Nina e ela com certeza formaria
par com Ian mesmo que já se conhecessem muito bem. Eu estava só.
Tentei agir como
uma adulta. Adultos não precisavam estar com uma pessoa conhecida em um local
para fazerem suas tarefas direito.
Assim que a aula
acabou, fui até onde estava o professor. O professor Dantes olhou para mim com
pouco interesse quando viu minha aproximação a ele.
-Senhorita
Swift, o que posso fazer por você?- Nem me surpreendi por saber o meu nome
mesmo o semestre tendo recomeçado há pouco tempo.
-Professor,
existe alguma possibilidade de eu poder fazer esse trabalho sozinha?- Mordi o
meu lábio com insegurança e nervosismo.
-Desculpa, mas
não posso abrir exceções. Senhorita Swift, esse é um dos trabalhos que mostra a
aptidão dos alunos para o futuro, isso adiciona experiência de vida a vocês e é
exatamente o que a sociedade e o mercado de trabalho busca, alguém que mostra
ter boa interação.
Com a sua
negativa, me senti complemente desmotivada.
Não insisti
mais. Enquanto estava indo embora, quase trombei em Jake que estava atrás de
mim. Pedi desculpas consertando a mim mesma, observando Jake novamente parecer
me avaliar com os seus olhos negros.
Como se pudesse
ver a minha alma.
-Sem problemas, como
eu era o parado atrás de você mais da metade da culpa é minha- Outro sorriso
apareceu me fazendo ficar nervosa.
-Pode falar com
o professor Dante agora, já tirei minha dúvida.
-Na verdade
queria falar com você?
-Falar comigo? Sobre
o quê?
-Sobre a dupla,
vi que está tendo problemas com isso e queria me candidatar- Piscou.
-Não precisa ter
pena de mim, eu posso arranjar outra dupla.
Ele franziu a
testa, como se o que eu dissesse fosse um absurdo.
-Eu quero ser a
sua dupla, achei ter deixado claro que gostei de você.
Em que sentido
isso teria sido dito? Não queria arriscar ser equivoca, então decidi pensar em
seu comentário como amigável.
-Oh, aceito
então.
Nina finalmente
pareceu observar nossa troca de interação e atrás de Jake fez que “não” com a cabeça apontando para ele. Seus
lábios se moveram no que entendi ser “casa
nova”.
Quando Jake
abriu novamente um sorriso que fez meu coração disparar e as palmas das mãos
suarem, repassei a mim mesma o pensamento de que não queria me apegar a mais
ninguém, muito menos um mulherengo. Havia acabado de sair de um mal
relacionamento e não queria entrar em outro pior ainda. Ou melhor, não queria
entrar em nenhum.
Eu teria que
manter Jake longe de mim.
O problema é,
como faria isso se ele estava em todo lugar?
Continua.
Espero que gostem!
Finalmente,Bitch-chan! Pensei que teria de roubar seu caderno para ler esse capítulo. Love me está simplesmente apaixonante, por favor não apague eu preciso disso!
ResponderExcluirOlha só quem está falando, Otome! Estou esperando o seu capitulo ainda, sua louca.
ExcluirObrigada (Mas pare de mentir), estou realmente feliz que alguém esteja gostando da Fanfic. Não vou mais apagar (Eu acho), vamos ver com o tempo ^-^
Mentira? Não mesmo! Eu realmente espero que você não apague e por favor poste logo que eu necessito urgentemente ler Love me!!!
ResponderExcluirOwnnnt :3 Bitch-Chan, obrigada. Acho que você é uma das poucas pessoas que gostam da minha fanfic, agradeço por isso, por causa de você (de outras poucas pessoas -mas importantes) que ainda não desativei o blog ou parei de escrever! ^-^
ExcluirEstou escrevendo :p
Posta logo.
ResponderExcluirFiquei feliz que você não desistiu de Vampires, estou amando as duas fanfics.
Posta logo.
posta
Obrigada :3 Fico feliz que esteja gostado! ;)
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