(Parte 2) Mini-Fic: Back to December.

sexta-feira, 28 de junho de 2013




"So this is me swallowing my pride,

Standing in front of you saying

I'm sorry for that night

And I go back to December all the time,

It turns out freedom ain't nothing but missin' you

Wishing that I realized what I had when you were mine

And I go back to December, turn around

And make it all right

I go back to December all the time"

    Eu estava ali novamente em meu antigo quarto tentando dormir. Aqui, no local em que nasci, não sentia muita falta de Nova York. Não sentia falta do barulho da cidade que 'nunca dorme'. Eu estava enrolada com bastantes cobertores por causa do frio e o cheiro do meu perfume estava em todos eles. Depois de escrever em meu pequeno diário vermelho o meu dia, o guardei debaixo do travesseiro.


  Meu quarto tinha um tamanho mediano e eu amava cada centímetro dele. Tudo era de madeira, pois minha mãe ama o natural. Tinham fotos minhas em todo lugar, de todas as idades: Uma menina alta, com pele pálida e cabelos loiros com um grande sorriso. Tinha uma em destaque, a única que eu não havia guardado depois do termino doloroso, uma minha com o Taylor... Na foto eu parecia feliz, e eu estava, e ele com um sorriso caloroso enquanto eu beijava a sua bochecha.

  Sorri tristemente ao ver a foto e voltei a olhar para o teto, e depois de frustrantes tentativas, eu consegui dormir.

  Eu acordei cedo com Meredith dormindo ao meu lado, brinquei com ela e desci para tomar café da manhã. O cheiro de bacon com ovos me enlouqueceu e eu comi loucamente enquanto minha mãe ria e falava o quanto sentia falta de mim. Eu também estava morrendo de saudades dela.

  Eu e minha mãe tínhamos uma ligação, eramos melhores amigas. Não se havia restrições entre nós. Sem ela do meu lado, eu fico agoniada, e os meses em Nova York só não foi um purgatório por causa da Demi. Esse pensamento me fez lembrar de algo.

  -Mãe- Chamei a atenção dela- Uma amiga minha pode passar uns dias aqui? Eu falei para ela que não tinha problemas- Dei de ombros.

  Minha mãe me olhou com os olhos azuis sonolentos.

  -Claro, não tem problema algum- Ela sorriu para mim.

  -Que bom,vai ser ótimo!- Sorri entusiasmada- Vou ligar para ela mais tarde para avisa-la.

  Meu irmão Austin desceu as escadas para tomar o café da manhã e disse que sairia, me chamou para ir junto, mas recusei. Iria me achar um fardo se fosse, afinal, ele queria sair com os amigos e eu estaria lá só atrapalhando. Eu seria a irmã que ele estava arrastando.

  E além disso, eu tinha outros planos. Ou eu achava que tinha.


  Sai de casa e fui até a casa do Taylor, pois sabia que nesse horário ele não estaria lá.



  Deborah e Daniel Lautner (Os pais do Taylor) me receberam amavelmente. A mãe me disse que a irmã Makena estava em um acampamento de verão. Eu os conhecia a muito tempo. Fui a melhor amiga do Taylor e assim vice e versa, passava a maior de tempo com ele, seus pais se acostumaram a me ver por perto. Por isso machuca muito.



  Desde de dezembro.



  -E então? Como é a faculdade? Sua mãe estava ansiosa para te ver, você deveria ver a agonia dela- Disse Deborah alegremente, ela era uma amiga muito querida pela minha mãe. Toda a família do Tay era assim, simplesmente feliz. 



  - É legal, é organizada, bonita e tem um ótimo ensino- Lhe dei detalhes da faculdade. Até eu percebia a paixão transbordando em minha voz.



  -Fico feliz por ter achado a faculdade dos seus sonhos- Falou com sinceridade.



  -Eu também- Suspirei. Todos sabiam que apesar de amar o interior, eu queria muito ver o mundo ou pelo menos uma parcela dele- Mas apesar de tudo, senti muito a falta daqui.



  -Posso afirmar que também sentimos a sua falta, inclusive o Taylor- Meu coração bateu mais forte com a menção dele na conversa.



  -Ainda o sinto magoado comigo. Por eu ter ido- Admiti.



  -Seja o que tenha acontecido entre vocês, não acho que seja sério o bastante para ele não perdoar você. Taylor, ele gosta de você e eu sei que você gosta dele- Eu corei e ela riu- Viu? Eu acertei.



  Ficamos conversando por um tempo e eu perdi a noção do tempo. Ela me contou o que houve nas férias e do que aconteceu quando o prefeito da cidade decidiu que queria demolir as casas antigas perto do lago para fazer uma pousada de luxo e que fora isso, nada de importante aconteceu. A vida aqui permanecia calma. Vagarosa.



  Depois de um tempo, ouvimos a porta bater. Foi um aviso de que alguém havia chegado em casa: Taylor.



  -Hey, mãe- Indagou ele. Seus olhos se esbugalharam quando finalmente me notou sentada no sofá ao lado de sua mãe.


  Tentando se livrar do choque, ele sorriu.


  -Oi Taylor- Me disse.



  -Oi- Devolvi, porém meu sorriso ficou nervoso.



  A tensão se suspendeu no ar e eu não sabia o que dizer. O Taylor pareceu que tinha acabado de voltar da praia pois estava sujo de areia, apesar do frio. Usava uma bermuda, uma blusa preta e sandálias de dedo. 



  -Eu acho que já vou, está ficando tarde e minha mãe deve estar ansiosa para novamente me encher de perguntas- Falei para Deborah, já levantando do sofá e arrumando o meu vestido que havia amassado.



  -Eu te levo até em casa- Taylor disse em uma voz grave. Identifiquei a mesma técnica que usei em um dia anterior para falar com ele, a velha desculpa de 'levar' a pessoa até em casa.



  Subitamente me deu vontade der rir, mas eu sabia que era o nervosismo de ter o Taylor ao meu lado tentando conversar.

  
  Assenti, e sendo assim saímos de sua casa em destino da minha que era no inicio da rua.


  Eu achei que dois anos era tempo demais para me fazer esquecer de como ele me afetava, mas a ligação ainda permanecia  e me puxava para ele de uma forma muito grande. Como um elástico.



  O silêncio era constrangedor, eu mexia em meu cabelo loiro e o Taylor me olhava de tempo em tempo.


  -Senti sua falta- Falei engolindo o meu orgulho, eu odiava ter que ser a primeira a falar.


  -Senti a sua falta também- Ele falou como se mal pudesse respirar, como se as palavras saíssem de dentro de sua alma, onde foi armazenada a muito tempo- Você mudou o cabelo- Constatou.



  -É- Isso me fez ficar alegre. Eu havia deixado o meu cabelo cacheado no meu passado e agora meu cabelo escorria liso (graças a tecnologia das pranchas) e eu tinha uma franja que ficava um milimetro longe dos meus olhos- Você gostou?- Perguntei timidamente.



  Seus olhos negros se focaram em mim antes dele desviar o rosto.



  -Gostei, mas sentirei falta dos cachos- Balbuciou. Lembrei do quanto ele gostava de ficar brincando com os meus cachos, e logo tratei de limpar a minha mente.



  -Eu também, mas de qualquer forma, o prefiro assim.



  -Faz um bom tempo, não é?- Falou mais para ele mesmo do que para mim, eu percebi.



  -Dois anos- Suspirei.



  Criei coragem...



  -Eu... Sinto muito- Falei a ele sinceramente, me atrapalhando nas palavras.



  -Não, eu que sinto muito. Percebi isso ao longo do tempo.



  Durante esse tempo todo, algo entre nós havia quebrado. Algo insubstituível. Eu sentia a dor do buraco em meu coração onde antigamente a nossa ligação o preenchia, mas mesmo com a distância, a dor era um lembrete do meu amor. Do meu amor por ele.



  Isso não havia quebrado.



  Chegamos até a minha casa e nos despedimos. Eu o observei seu breve caminhar até a sua casa encostada na porta. 



  Não eramos mais crianças, nem adolescentes confusos, eramos adultos e não sabíamos como agir mais um com o outro.



  Já era noite e aleguei a minha mãe que queria dormir. Ela me conhecia o bastante para se preocupar e saber que eu gostaria de ficar só, por isso não me incomodou.



  Eu deitei em minha cama e chorei. Chorei pela falta e pela desolação que eu sentia e sabia que deveria ter visto o quanto precisava dele quando era meu, e agora eu tinha certeza de que ele não era mais meu. E a liberdade não era nada comparado a saudade que eu sentia dele.



  Culpei a mim e a ele pelo nosso orgulho e da minha incapacidade de dizer que o amava. Não sabia se o queria de volta ou assim vice e versa.



  Eu sempre mudo de opinião e volto a pensar em dezembro.



  E eu vivia assim... Voltando a Dezembro.


Continua.
Espero que gostem (:
Até a próxima postagem.
Beijos.

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