Conto de Terror- Dead girls.

segunda-feira, 28 de outubro de 2013


  -Me siga até o rio, Amy- A menina morta dizia em sua consciência.


  Amy sabia que ela era uma criança morta pelo sangue em sua roupa e seus olhos vazios em sua órbita.



  Ela não tinha medo dela, apesar de tudo. Alice não era má, não com ela. Alice só não existia, não mais. Alice só vivia em sua mente agora.



  A sua mente era muito funda para uma garota de nove anos.



  -Venha comigo, Amy- Alice repetiu sorrindo. Sua voz era como um eco.



  Fazia duas semanas que Alice tentava fazer Amy ir com ela até o rio que tinha atrás de sua casa. Era mais um lago, que tinha uma água muito gelada por causa da estação que se aproximava do inverno.



  -Mas está fazendo frio- Amy choramingou, puxando o laço vermelho em seu cabelo de forma nervosa.



  -Eu quero te mostrar aonde eu estou- Alice parecia triste como em todo o seu cotidiano- Aonde eu moro agora. 



  Amy era curiosa o bastante para querer saber aonde a Alice morava, afinal, Alice era a sua melhor amiga, por mais que todos achassem que ela fosse imaginaria e que era coisa da mente fértil da Amy.



  Mas Amy podia jurar que via uma menina do seu lado ali, sentada no chão de seu quarto, com cabelo loiro escuro e sujo, de olhos pretos, pele pálida e vestido branco ensanguentado. Alice sempre parecia estar molhada, uma vez Amy perguntou o porque, mas tudo o que Alice respondeu é que ela não sabia nadar. Até mesmo uma menina de nove anos sabia que não fazia sentido. Ela era o oposto de Amy, que era pálida também, mas era moreno com cabelos pretos e olhos verdes.



  -Tudo bem, você pode me mostrar, mas só por um momento até os meus pais me mandarem entrar- A menina sussurrou para sua amiga, recebendo um longo sorriso triste.



  Ela desceu os degraus da escada.



   -Mãe, a Alice vai me mostrar um coisa- Disse para a mãe que estava sentada na cadeira olhando para a televisão.



  -Tudo bem, filha. Mas volte antes do almoço- A mãe ignorava totalmente a existência da Alice. Afinal, ela não existia, não é?



  Amy disparou até a porta.



  -Olá. Aonde vai com tanta pressa, mocinha?- Seu pai perguntou quando Amy esbarrou com ele na porta.



  -Vou achar um esconderijo com a Alice- Amy sorriu como se estivesse ganhando uma medalha de melhor escoteira.



  -Quer ajuda?- Perguntou e viu a garota olhar para o lado com incerteza.



  -Não diga a ele, ele não pode ir- Alice ordenou com calma.



  -Não, sinto muito pai- Amy falou antes de correr para fora.



  Alice a guiou até o lago, que era depois da trilha de árvores que tinha atrás de sua casa. Era um lago que a água parecia ser negra, era assustador. Uma vez Amy ouviu sem querer uma criança de sua escolar falar que uma garota havia desaparecido nesta área e que até hoje dizem que seu pai a matou depois de matar a sua mãe e a jogou no rio. Seus pais não a deixavam chegar perto do rio por ser fundo, ela podia se afogar.



  -Eu moro aqui- Alice estava muito triste, com uma expressão calma- É muito frio ai dentro- Sua voz ecoava pelo local.



  -Você mora no rio?- Amy perguntou com incerteza- Como isso é provável?



  -Sim, moro a algum tempo, não porque quero. Não consigo ir para outro lugar.



  -Você poderia morar comigo, você não sabe nadar.



  -Eu não posso, eu tenho que ficar aqui- Disse Alice baixinho- Minha mãe está aqui, ela fica aqui comigo. Ela também está com frio.



  Amy olhou para o rio. Alice sorriu para ela.



  -Você quer conhecê-la? Você pode vê-la se quiser- Alice propôs.



  -Quero, eu quero ver direito aonde você mora. Como eu faço?- Amy estava alegre, sorriu para a Alice entusiasmada com a ideia de descobrir algo novo.



  -Você tem que entrar no rio- Alice só olhou para o rio. E no reflexo haviam duas garotas, mas para quem olhasse veria apenas uma garota na beira do rio.



  -Mas está muito frio... E eu não sei nadar.



  -Você é minha melhor amiga, não é Amy? Para sempre?



  -Sim. Para sempre.



  -Então confie em mim, você vai ver como é fácil depois de um tempo. Você não vai mais ter medo- Isso fez a incerteza se dissipar.



  A garota andou até a borda do rio e entrou na água gelada e caiu. Não achava que era tão fundo. A água queimou a sua pele como milhares de farpas entrando em sua corpo, ficou difícil de respirar. Ficou difícil de se mover depois de alguns segundos. Amy também não sabia nadar.



  -Alice, Alice...- Amy engolia a água, sentindo o seu pulmão queimar. Tudo queimava. E seus pés não conseguiam chegar ao chão, ficavam submersos, enquanto elas os batia freneticamente.



  -Você é a minha melhor amiga, Amy. Para sempre.



  Alice observou na borda do rio, enquanto Amy lutava para respirar. Até que seu corpo parou de lutar e ela não conseguia mais respirar e seu corpo pálido e magro afundou nas águas do rio.



  Alice sorriu e sussurrou: -Para sempre.



  Por que ali estava Amy, assim como Alice ao seu lado na borda do rio observando o seu corpo afundar. Amy não existia mais, Amy agora é só um sopro de memória e Amy não estava mais viva. Amy era só uma garota morta. Como a Alice.



  Fim.
  Olá gente, como vocês estão? Hoje na aula de física eu rabisquei esse conto no meu caderno e como está perto do Halloween, resolvi postar, é meio baseado em uma música do The Pretty Reckless- (Depois que eu ouvi, esse conto veio em minha mente). Espero que gostem, achei um pouquinho besta, mas tudo bem, eu normalmente não gosto de nada que eu faço. 

 Beijos.
(Happy Halloween -mesmo ainda não sendo Halloween u.u)

2 comentários:

  1. Ficou muito perfeito *0*

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    1. Olá... Feliz Halloween!
      Muito obrigada ^-^ Fico muito feliz que tenha gostado ;)

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