"These days I haven't been sleepin',
Stayin' up playing back myself leavin',
When your birthday passed
And I didn't call, then I think about summer,
All the beautiful times,
I watched you laughin' from the passenger side
And realized I loved you in the fall
And then the cold came,
With the dark days when the fear crept into my mind"
Eu acordei de manhã com os olhos vermelhos de tanto chorar e logo em seguida falei a mim mesma que voltar ao passado não iria mudar nada.
Liguei para a Demi e ela notou que eu estava triste, então contei tudo a ela, toda a minha história com o Taylor. Ela me aconselhou e eu a ouvi.
Dei risada quando me disse para me desgrudar da minha cama, por uma roupa bonita e sair. Falei para me visita e passar alguns dias aqui e ela assentiu dizendo que me visitaria daqui a alguns dias.
Mordi a minha unha durante a conversa e assim que desliguei, segui o conselho da Demi. Coloquei um short e uma blusa confortável, passei maquiagem (da forma mais leve que consegui) e saí de casa.
Minha mãe foi sensata e não me perguntou sobre a minha cara de choro. Agradeci a ela.
A cidade não tinha muitas atrações e era pequena. Então as únicas coisas boas era: Uma lanchonete perto da estrada, um boliche e a praia. A praia atraia turistas por que a cidade é bem bonita com a sua vegetação florida apesar do frio.
Estava um bom tempo para ir a praia, o sol brilhava e agora não fazia frio.
Fui andando até a praia, não era uma longa caminhada. Assim quando cheguei, vi que tinha poucas pessoas e a maioria estava na água surfando.
Encontrei um lugar na areia para sentar e fiquei ali por alguns minutos, olhando a água e o sol.
Olhei a minha volta e vi adolescentes na areia, bebendo, comendo besteira e conversando. Achei um pouco familiar e me foquei no grupo. Eram seis ao total, pareciam ser casais, três meninos e três meninas. Haviam um menino moreno com o braço encostado no ombro de uma das meninas.
Identifiquei quem era o garoto: Taylor. Olhei a garota com ele e ela parecia comigo.
Loira de olhos azuis. Só que era baixa e tinha o rosto quadriculado.
Me senti mal e o meu estômago embrulhou, fiquei com náuseas.
Ele tinha direito de seguir em frente, todo mundo tem. Já faziam dois anos, era muito tempo, e eu.... e eu... não podia achar nada.
Mas também não era obrigada a olhar. Porém um desejo masoquista me fazia permanecer olhando e vi no momento em que ela riu de algo que ele disse, ele sorriu e a beijou.
Essa ação me fez levantar da areia, sacudir a minha roupa e caminhar para longe. Os meus olhos queimavam, mas nenhuma lágrima caia. Agradeci por isso, talvez todas as lágrimas tivessem secado ontem.
Lembrei do que uma vez Taylor me disse: "Talvez algum dia, você não seja mais o centro do meu universo".
E eu acho que ele estava certo. Então a minha memória voltou para quando brigamos e era como se agora tudo entre nós tivesse sido rasgado, nada era mais como antes. Recordo-me de chorar as três horas da manhã um dia antes de ir para a faculdade, me perguntando se ele estaria me esperando quando eu voltasse, era só um ano e logo se foram dois.
Caminhei o caminho da praia até a minha casa novamente. Entrei em casa e Austin estava lá, sentado no sofá, comendo salgadinho de queijo e bebendo Coca-Cola enquanto assistia a uma série de humor.
-Já enjoou da calma da cidade?- Perguntou com curiosidade observando o meu rosto.
-Ainda não- Respondi respirando fundo- Pouca coisa mudou- Ou muita.
-É- Ele resmungou- Vai haver a festa de verão e essa é a única novidade.
Eu sorri. A festa de verão acontecia todo ano e se ocorria na praia a noite. Todo mundo ia pois era uma tradição, havia fogos de artificio, comida, flores por toda a extensão da praia e era feito em casais.
-Quem você vai levar?- Falei maliciosamente e meu irmão corou.
-A Abigail- Minha mãe respondeu pelo meu irmão enquanto entrava na sala rindo.
-Uhhh- Provoquei- Vai levar a ruivinha para o baile.
Abigail era uma menina ruiva que morava a duas casas da nossa, e era legal. Eu estudei o colegial todo com ela na minha classe e eramos as mais sarcásticas de toda a classe de inglês. Ela era alguns anos mais velha que o Austin.
-Eu não... quer dizer... a gente não...- Meu irmão gaguejou daí então ficou calado.
Como eu havia perdido isso? Não que eu não soubesse que um dia o meu irmão e a Abigail ficariam juntos. Eu só me lembrava deles juntos brigando, o que em primeiro lugar levava a desconfiança de que havia algo mais profundo entre eles.
- Desde quando vocês estão saindo?- Perguntei curiosa.
-Não estamos saindo- Meu irmão parecia que ia ter uma ataque de vergonha.
-Não mesmo- Minha mãe respondeu com malicia.
Alguém bateu na porta e meu irmão levantou do sofá para ver quem era. Ele pareceu mais que feliz em dispensar a conversa.
-Taylor, é para você- Ele apareceu na sala sorrindo, como se estivesse devolvendo o favor do constrangimento.
E o meu sorriso se partiu quando eu vi quem era.
-Oi... Eu ti vi na praia por um momento e depois vim ver como estava- Taylor falou nervosamente aparecendo atrás do meu irmão.
-Oh, tudo bem- Falei finalmente recuperando o fôlego.
Será que ele sabia que eu tinha visto ele beijando a garota na praia? Mesmo se tivesse visto, não mudava nada.
-Será que eu posso falar com você?- Apontou para a porta.
-Claro- Olhei para meu irmão e minha mãe- Daqui a pouco eu volto.
Minha mãe deu um sorriso e piscou para mim e meu irmão riu. Agora foi a minha vez de corar.
Olhei para o Taylor e ele estava bem nervoso.
Quando saímos de casa e estávamos na entrada da minha casa e me virei.
-Então... do que quer falar?- Me foquei diretamente no assunto. Ficar perto dele não me fazia bem, ou pior, me fazia muito bem.
-Eu não sei, eu ti vi na praia e simplesmente quis falar com você- Ele pôs a mão na cabeça.
-Ah- Suspirei- Eu ti vi na praia- Falei vagarosamente.
Vi em seus olhos que ele sabia que eu tinha visto. Ele veio até aqui para confirmar isso.
-Sinto muito- Eu sabia que ele se referia a garota.
-Não sinta, faz muito tempo- Minha voz era sincera.
-Tem razão, mas mesmo assim eu sinto que é errado.
Eu sabia como ele se sentia. Em todas as vezes que tentei seguir em frente em Nova York, eu batia de cara na parede, somente um namoro durou: O do Lucas Till e foi dois meses.
Havia noites perdidas pensando no dia em que deixei o Taylor e fui embora.
"Eu não vou ficar presa a isso e nem a você" Foi a ultimas palavras que eu disse a ele antes de partir.
-Quem é aquela garota?- Era uma pergunta vaga e não soava como se fosse ciumes. Pelo menos eu achava.
-É a Kim.
-Vocês estão juntos?
-Não- Ele olhou diretamente nos meus olhos e senti a sinceridade- De qualquer forma, ela não importa para mim.
-Taylor, a algo que eu queria te falar- Minha respiração ficou entre cortada, mas eu continuei- Eu quero que me perdoe pelas coisas que eu te disse.
Eu continuei.
-Como no seu aniversário, eu estava magoada e nem te telefonei nem nada.
-Não tem problema, sua mãe me disse que você precisava de um tempo.
-Eu acho que dois anos é tempo de mais- Dei um risada sombria.
-É- Foi só o que disse.
Ficamos em silêncio.
-Eu também quero que me desculpe- Taylor disse depois de um tempo- Eu também era um moleque idiota e não te entendi.
-Muita coisa passou e mudou muita a minha forma de ver as coisas.
De uma forma estranha eu podia ver novamente a nossa amizade. O Taylor sempre foi o meu melhor amigo e eu sentia falta disso.
-Para mim também. E você e o Lucas?- Ele parecia temeroso.
-Nada, um grande e gigantesco nada. Nem mesmo amigos- Ele lembrava do telefonema que eu havia recebido do Lucas no primeiro dia.
-Mais já houve algo?
-Já meio que namoramos, uns dois meses.
Taylor pareceu desconcertado.
-Me conte sobre Nova York.
Dei um inventario a ele do como era.
-Parece legal- Falou sorrindo- Fico feliz que esteja bem.
-É, lá é bem divertido e eu fiz um amizade lá. Uma melhor amiga que é a minha colega de quarto na faculdade, ela cursa direito. Apesar de gostar muito de música.
-Sério?- Ele parecia interessado em cada coisa que eu contava.
-O nome dela é Demetria, mas gosta que a chamem de Demi.
Passei um bom tempo descrevendo tudo, até as aulas e ele opinava as vezes.
-Posso ver que adora Nova York- Disse e eu sorri.
-Eu amo, menos o barulho.
Ele riu.
-E como tem estado aqui?- Agora era a minha vez de ouvir e eu meio que queria perguntar: E as garotas? Mas deixei quieto.
-Monótomo. Passei metade desse ano e do ano passado trabalhando na oficina da carros do Bill e até comprei uma moto que minha mãe odeia com o dinheiro que consegui.
-Ótimo. Você sempre quis uma moto- Tentei evitar estremecer ao imagina-lo em uma moto, motos eram perigosas e eu me preocupava com ele.
Desde pequeno, Taylor falava sobre a moto que iria comprar.
-Talvez possa andar um dia desses- Falou.
-Será que a Kim não vai ficar com ciumes?- Ri e ele fechou a cara.
-Talvez, mas ela e eu não temos nada.
Acreditei nele e não toquei mais no assunto.
-Quando você tem que voltar para Nova York?
-Daqui a uma semana, o novo semestre vai se iniciar novamente.
-Já!- Disse com a testa franzida.
-Hum-Hum- Afirmei.
-Vai fazer algo hoje?- Taylor perguntou tentando soar vago. Ele estava me convidando para sair.
-Não, talvez hoje eu fosse falar com a Abigail, mas tudo bem, ainda tem tempo- Sorri.
-Seria bom para você comer um bom hambúrguer do restaurante Red perto da praia- Ele propôs.
-Eu tinha me esquecido do Red.
Era o restaurando com a melhor comida que eu já tinha comido e era muito prestigiado na cidade. Foi aonde tivemos o nosso primeiro encontro como um casal. Coloquei na minha cabeça que não deveria criar expectativas.
-E ainda vai ser uma ótima oportunidade de dar uma volta na minha moto.
Olhei para ele tentada a dizer sim.
-Vai, diz que sim- Ele abriu um sorriso torto que eu amava e mal me ouvi quando disse "Sim".
Então horas depois lá estava eu colocando um vestido lindo enquanto Meredith se esfregava em minhas pernas. Coloquei uma maquiagem leve e deixei o meu cabelo solto.
Minha mãe falou algo sobre antigos amores e meu irmão riu. Meu pai chegou do trabalho e me avaliou, falando que sua linda filhinha havia crescido. A serenidade da minha família estava ali, sempre unida.
Taylor chegou cedo e eu congelei ao abrir a porta, admirando-o.
-Oi- Falou parecendo nervoso, me avaliou.
-Oi- Respondi e avisei que estava saindo.
Caminhamos até a sua moto. Fiz comentários sobre ela e ele afirmou que não precisava ter medo. Enquanto ele dirigia, meus braços ficavam enlaçadas em sua cintura e minha coxa se apertava a ele (não que ele reclama-se), eu podia sentir o cheiro dele, sabendo que mais tarde me lembraria disso e choraria.
Eu deveria ter dado valor quando ele era meu.
Sorri enquanto o vento chicoteava o meu cabelo loucamente contra o meu rosto. Senti que Taylor também sorria. Me lembrava um pouco de quando eu dirigia o meu carro com ele no banco do passageiro, fazendo graça e rindo, me fazendo rir e sorrir o tempo todo.
Quando chegamos ao Red,descemos da moto.
-Te disse que era um bom motorista- Taylor se exibiu.
Eu apontei para o meu cabelo.
-Não para o meu cabelo.
-Ele está lindo- Me disse.
Algumas pessoas saíram do Red e vi que uma delas era Kim que me olhou com um misto de raiva e tristeza ao alternar seu olhar de mim para Taylor.
-A sua não namorada está com ciumes- Murmurei para o Taylor- E ela está vindo.
Ele olhou em volta como se percebesse pela primeira vez aonde estávamos. Eu sabia que todo esse tempo ele havia perdido a maior parte do tempo olhando para mim. Ruborizei nervosa pela atenção.
Kim se locomoveu até nós e me encarou de forma hostil antes de voltar a olhar para o Taylor. Seu olhar era intenso e seus olhos azuis estavam afetados, era como ver uma cobra querendo dar o bote.
-Oi Taylor- Falou tão suavemente quanto pode, me avaliou, talvez notando o quanto era parecida comigo e ao mesmo tempo tão diferente- Você não vai hoje a festa do Joe hoje?
-Não- Ele respondeu calmo.
Ela se virou para mim, ela era muito baixa comparada comigo.
-Você deve ser a Taylor- Ela sorriu venenosamente.
-Acertou- Um sorriso irônico se abriu em meus lábios. Eu não sabia o que dizer, mas era evidente que o Taylor não dava a minima para aquela garota, logo em seguida o sorriso morreu, pensei que mesmo ele não ligando para ela, não o impediu de "andar" alguns passos com essa menina. Me perguntei até que etapa.
Ele provavelmente a usou da mesma forma como eu usei o Lucas.
-Só queria dizer olá- Me falou com um tom de voz que me dizia que ela estava marcando o território dela- Meu nome é Kim, eu sou a ex namorada do Taylor e eu não acho que você entenda que ele...
É. Ela havia marcado o Taylor como dela. Não que eu me importasse.
Dei de ombros. Eu me importava.
-Ok Kim, chega. Vamos entrar- Taylor falou comigo e pôs um braço ao redor da minha cintura.
Entramos no Red e vi que nada tinha mudado. Até as pessoas que trabalhavam aqui permaneciam iguais.
Taylor me dirigiu a uma mesa, sentamos um de frente para o outro, e eu reconheci a mesa. Era a mesma do nosso primeiro encontro e a mesma que sentávamos desde pequenos para tomar sorvete.
Abri um sorriso luminoso ao me lembrar disso. E esse sorriso logo morreu ao lembrar de que tudo havia mudado, para mim.
-O que foi?- Taylor perguntou preocupado- Foi algo que a Kim disse? Por que se foi...
-Não foi nada do que a Kim disse, na verdade ela não disse muitas palavras o suficiente para me ofender- O tranquilizei- É que, tudo meio que mudou por aqui e eu estava com saudades de tudo.
-É- O seu sorriso também tinha um fundo triste. Ele olhava para o meu rosto como se quisesse memorizar cada pedaço dele.
-Por quanto você começou a namorar a Kim?- Mudei de assunto e mordi os lábios.
-A uns dois meses. Terminamos a duas semanas.
A duas semanas atrás, eu havia ligado para minha mãe e a avisado que passaria as férias em sua casa. No ano passado com a minha falta de dinheiro não tive como viajar, por isso passei as férias na casa da Demi, com seus pais e suas irmãs.
-Por quê?- Não queria soar evasiva, mas estava curiosa.
-Ela me acusou de gostar de outra garota, e eu admiti que era verdade.
Eu senti uma dor profunda me invadir, mas disfarcei.
-Garota de sorte- Tentei dizer.
-É, mas ela não sabe disso.
A garçonete chegou até a nossa mesa e eu reconheci a Abigail. Ela olhou para o meu rosto e então...
-ABIGAIL!- Praticamente me atirei em seus braços.
-TAYLOR!- Ela me disse me abraçando, em um tipo de abraço de urso.
As palavras foram as de saudades "Quanto tempo", "Senti a sua falta", "Não dá para acreditar". Antes que o dono e chefe da Abigail a mandasse trabalhar. Eu falava com Taylor em Nova York pelo telefone, pelo Skype. Ela conhecia a Demi e a adorava também, nos falamos milhares de vezes pela WebCam.
-Então, o que vocês vão querer?- Perguntou com o sorriso.
-Diet Coke e um hambúrguer- Falei o meu pedido e o Taylor pediu o mesmo que eu.
Assim que Abigail se retirou para repassar os pedidos, o Taylor olhou para mim.
-Pergunte logo- Falei o conhecendo bem o bastante para saber que algo o perturbava.
Ele deu uma risadinha seca.
-Você me conhece muito bem.
-Hum- Hum- Afirmei- Então só pergunta logo.
-E você e o Lucas, namoraram por quanto tempo?
- Namoramos por dois meses, ele era um tipico garoto babaca que tinha uma outra namorada- Mesmo que eu não amasse o Lucas, ter sido traída doía.
-Que imbecil- Ele resmungou irritado.
-É, mas tudo bem- Dei de ombros.
-Por que ele te ligou naquele dia?- No dia em que cheguei.
-Por que terminou com a outra e simplesmente sentiu a minha falta- Falei entredentes- Eu quero ele a metros de distância de mim.
Isso fez o Taylor sorrir confiante.
-O que foi? -Perguntei.
-Nada- Me disse. Fazendo-me lembrar de quando eramos crianças e ele usava esse tom de voz para mentir para a mãe.
A lembrança também me faz sorrir. Eu realmente o conhecia muito bem.
As horas pareceram flutuar. Eu e o Taylor conversamos muito, sobre muitas coisas e era como se eu nunca tivesse ido embora ou rompido com ele.
E o observando, percebi que ele pareceu notar o mesmo.
Estávamos a vontade com a companhia um do outro. Era tudo muito... leve.
Depois que comemos, andamos um pouco pela praia á noite.
Haviam grupos de adolescentes curtindo as férias com fogueiras acesas. Havia uma casa em frente a praia aonde estava rolando uma festa.
Pessoas se empilhavam, algumas tropeçando umas nas outras provavelmente por causa do álcool que haviam ingerido. Dentro da casa tocava uma escandalosamente alta.
-É a casa do Joe, não é?- Perguntei, lembrando que a Kim havia falado sobre uma festa com o Taylor.
-O quê?- Taylor falou um pouco perdido em seus pensamentos. Notei que o seu olhar estava fixo em meus lábios. Eu corei.
-A festa. É a do Joe, não é?- Repeti, nem um pouco chateada pelo seu desvaneio.
-Yeah!- Afirmou- Ele sempre da festas assim, nem sem o por que. A casa dele sempre é praticamente destruída- Assim que terminou de falar, ouvi o som de vidro sendo quebrado por cima do som e alguém amaldiçoando baixinho.
-Não duvido nem um pouco disso.
Kim saiu pela porta, obviamente embriagada. Sendo carregada por um menino, que não aguentou seu peso quando ela oscilou e caiu em um dos pisos de madeira da escada.
-Aquela não é a Kim?- Perguntei preocupada, apontando para ela.
Por mais que eu não gostasse da garota, não podia ver ela sendo praticamente arrastada por um garoto que estava sorrindo com a sua inconsciência. Ele não parecia ter boas intenções.
-É- Taylor se virou, olhando para a garota que já estava sendo levantada da areia pelo garoto.
Andamos até a cena. Kim mandava ele se afastar, enquanto ele a arrastava.
-Ei, o que está fazendo com ela?- Taylor perguntou com um tom ameaçador.
O sorriso do garoto morreu enquanto ele encarava Taylor.
-Calma- Suspendeu as duas mãos para cima, o que o fazia mais suspeito ainda- Ela bebeu demais, eu só estava ajudando.
-Sei...- Falei, medindo as suas intenções- Idiota!
Ele ia me responder algo, quando o Taylor falou:
-Só dê o fora- Seu tom de voz encheu o garoto de pavor que sem nem pensar virou as costas para nós e começou a se afastar.
Kim virou para o lado e balbuciou no chão "Taylor!". Revirei os olhos, mas compreendi no momento em que vi nos seus olhos. Ela gostava dele, muito.
Olhei para ele, que olhava para mim. Fiz a coisa certa:
-Hey, leva ela para casa. Tudo bem- Meu tom era suave e quebrado em algumas partes.
-Tudo bem mesmo?- Me perguntou aflito, como se não soubesse o que fazer.
-É. Eu posso ir andando até em casa, é perto daqui, mas a Kim não. Não a deixe aqui sozinha.
Ele pegou a Kim e a carregou do chão. Ela passou os braços pelo seu pescoço, fechando os olhos.
-Então... Te vejo amanhã?- Perguntou e eu assenti.
-Pode ser- Eu disse- Obrigada por ter me levado hoje ao Red. Então...Tchau- Me virei e me afastei dele.
Andei para longe da praia em direção a minha casa. Logo então o barulho da festa se tornou mais distante a cada passo que eu dava, até desaparecer.
Cheguei em casa alguns minutos depois, falei com os meus pais e subi para o meu quarto. Meredith me seguiu e subiu em cima da minha cama.
Sorri para ela e alisei a sua pelagem. Ela se espreguiçou quando cocei a sua orelha.
Troquei o meu vesti por um pijama, removi a maquiagem e escovei os meus dentes e fui dormir. Assim quando encostei perto da minha cama, o meu telefone apitou me avisando que eu tinha uma mensagem nova.
Era do Taylor:
"Desculpa por não ter te levado em casa. Acabei de levar a Kim até a casa dela e estava me perguntando se você estava bem."
Apertei no botão para criar um nova mensagem e teclei:
"Sem problema algum. Eu estou bem :)"
Ele mandou uma mensagem de retorno:
"Boa Noite Tay"
Sorri com o meu apelido.
"Boa Noite..."
Desliguei o meu celular, e deitei na cama. Mas ao invés de dormir, eu fiquei pensando.
Pensando no Taylor. E em lembranças que eu amava dele.
Como quando ele dava risada do lado do banco do passageiro do meu carro ou quando ele me abria um sorriso sem reservas, um sorriso que eu só havia visto ele dando para mim.
Me lembrei de quando descobri que o amava no outono, depois que fui para a faculdade e senti muito a sua falta. Foram longos dias escuros quando o medo invadiu a minha mente. Ele havia me dado todo o seu amor e eu havia lhe dado um adeus.
No final de tudo, a culpa era minha.
Uma lembrança se aproximou de mim como uma nevoa, me lembrando do dia em que fui embora. Eu me lembrava de tudo muito bem:
Eu ouvia os passos do Taylor, enquanto ele andava até a minha casa. Eu ouvia do outro lado da porta.
O medo invadia a minha mente. Eu sabia que o que o Taylor queria era permanecer na cidade, casar, ter filhos... comigo.
O peso do papel em minha mão pareceu triplicar. Eu sabia que o que eu iria dizer a ele partiria o seu coração, mas eu não estava pronta para fincar raízes.
Ele bateu na porta e eu a abri. Ele olhou para o meu rosto com preocupação.
-Oi... você está bem?
-Sim- Menti- Nós precisamos conversar- Saindo de dentro de casa e fechando a porta. Protegendo a minha conversa dos ouvidos da minha curiosa família.
Taylor me olhava com desconfiança.
Andei até o balanço em frente a minha casa.
-Que papel é esse?- Finalmente ele havia notado o envelope branco em minha mão.
-É uma admissão para a faculdade- Minha boca de repente havia seca.
-Que legal, Tay!- Ele já estava pronto para me abraçar, o interrompi e disse:
-Em Nova York. E eu... quero ir.
O seu sorri se evaporou e seu rosto ficou pálido.
-Pensei que fosse fazer a faculdade daqui- Falou arfando.
-Não, eu nunca pensei e essa faculdade é o meu sonho, você sabe disso.
-Eu sei, mas e... e a gente?- Perguntou, arqueando as sobrancelhas- Pensei que já havíamos combinado, iriamos fazer a faculdade juntos.
-E depois casar e termos filhos.
-Você fala como se fosse algo ruim.
-Agora é! Somos jovens e eu me sinto tão presa- Arfei com o que eu disse, sem ao menos pensar.
-Presa?- Falou estridente.
-Desculpa, eu não quis...
-Você quis dizer cada palavra que disse. Eu a deixo sufocada?
-Ás vezes.
Sua expressão de dor me derrubou.
-Já vejo que Nova York não é o problema. Na verdade você é a única que vê um problema nesse relacionamento. Talvez você não devesse mais estar presa a mim- Ele soava como um animal ferido, eu o havia magoado muito. Eu via isso em seus olhos.
-Então razão... É a cidade, é a vida parada e são os planos que estão me matando. Eu não vou ficar presa a isso e nem a você.
Eu me virei sabendo que tudo havia acabado. Logo eu estava chorando enquanto andava até a minha casa, eu conseguia ouvir o Taylor tentando me seguir, tentando concertar o que eu havia quebrado.
Alcancei o batente da minha casa, abri a porta e desabei atrás dela chorando inconsolavelmente. Eu sabia que o Taylor estava do outro lado da porta. Me ouvindo chorar.
Por três antes de eu ir para Nova York, eu evitei sair de casa para não ver o Taylor. Para não que pedir desculpas e desistir de tudo, porque se ele tivesse me pedido eu sabia que teria desistido. Quando fui para o aeroporto, minha mãe me deu rosas e disse que o Taylor havia mandado me dar, mas que havia ido embora. Mas na verdade é que eu vi um vislumbre dele olhando para mim, bem perto de onde eu esperava. Havia lágrimas em seus olhos, mas também havia nos meus.
Eu levei as rosas comigo, quando cheguei ao meu quarto no dormitório, as coloquei num vaso e era uma lembrança dele. Com tempo elas morreram, mas a lembrança dele ficou.
A Demi me ligou de manhã, me falando que viria a minha casa uma semana antes de voltar para a faculdade, pois a Dianna (Sua mãe) e Patrick (Seu pai) estavam obrigando-a a passar o feriado com eles. Mas Demi estava amando ficar em sua cidade, revendo os amigos, os pais e as irmãs (Maddie e Dallas), ri quando me contou que seu Ex chamado Alex a estava enchendo o saco até ela lhe dar uma basta.
Sai do meu quarto e falei com a minha mãe sobre a Demi.
-Certo. Até que fim eu vou ver uma de suas amigas- Falou alegre.
-Mãe... Sem interrogatórios. Por favor- Pedi.
-Sério- Bufou o meu pai, revirando os olhos- Precisamos saber o que tem feito por lá e você só conta o básico.
Dessa vez fui eu que revirei os meus olhos. Já podia até imaginar as risadas da Demi.
Há-Há- Disse em minha mente para a visão.
Ajudei minha mãe com a casa quando meu pai foi trabalho. Ela sempre arranjava uma desculpa para conversar comigo, Meredith como sempre seguindo a gente.
-Não foi um encontro, nós só saímos- Falei a ela quando me perguntou sobre o que aconteceu com o Taylor e eu e como mágica, alguém bateu na porta.
Era ele.
-Hey- Falei a ele, aparecendo na porta. Ele estava com uma blusa branca e bermuda, suas mãos dentro dos bolsos.
Não era um bom momento para reparar que eu usava uma blusa branca com estampa de gatos e meu cabelo era uma confusão. E o Taylor foi cavalheiro o suficiente para não reparar.
-Que bom que não está chateada.
-Por que estaria? Foi legal o que você fez para a Kim- Sorri para ele.
Ele suspirou aliviado.
-Ótimo. Pensei que ficaria chateada por ter te deixado vir sozinha para casa. A Kim mandou avisar que lamenta ter agido feito uma adolescente louca e bêbada.
-Ela não lamenta não. Você ainda não percebeu não é?
-O quê?
-Ela estava com ciumes da gente, por isso ela quase se matou de tando beber. Ela gosta de você- Minha voz soou fria, eu suspirei- Acho que já sabe disso- Meu sorriso morreu e para a minha surpresa, ele sorriu.
Sorriu como se tivesse descoberto algo bom. Um dor em meu peito se alastrou como um dente cariado e eu mal podia respirar.
-Taylor, eu quero te contar algo- Ele disse ainda sorrindo.
-Hum... Fale?- Disse em dúvida.
-Vem cá- Pegou o meu braço com sua mão quente e me puxou para perto para logo me arrastar para fora. De repente, pela forma como me olhava, me esqueci do meu modo deplorável.
-Eu percebi algo ontem- Me falou quando paramos de baixo de uma árvore. Me recostei contra a árvore, ainda em pé e o olhei com suavidade.
-O quê- Sussurrei contemplando os seus olhos negros.
-Que eu não aguento mais...
Meu puxou para perto e me beijou. Suas mãos serpentearam a minha cintura, me puxando para perto e suas mãos foram para cada lado do meu rosto que com certeza estava corado. Minhas mãos se firmaram em seus ombros e serpentearam até o seu pescoço, agarrei firmemente o seu cabelo de forma selvagem. A pressão de seus lábios contra o meu, fez com que se entre-abrissem e sendo assim a sua língua invadiu a minha boca e dançou com a minha com uma suavidade que me fez suspirar quando ele se separou de mim com os olhos brilhando, como se houvesse pensado nisso por bastante tempo.
Mas ao invés de eu sorri, eu me soltei de seus braços e desabei contra a árvore com lágrimas queimando os meus olhos.
-Ei, Taylor- Me perguntou preocupado- Desculpa eu ter te beijado, me perdoe...
Ele começou a se desculpar, passando as mãos pelo cabelo em um gesto nervoso.
Eu queria lhe dizer que eu não estava chorando por causa do beijo e sim pelo sentimento de perda que eu havia sentido.Ele não era mais meu e beija-lo quebrava cada centímetro do meu coração. Daqui a poucos dias eu estaria de volta e ele ficaria com a Kim e a culpa era mim.
Ele se sentou a meu lado parecendo triste e realmente mal. Para a sua surpresa, eu coloquei a minha cabeça em seu peito enquanto soluçava e os seus braços se apertaram ao meu redor. Taylor só ficou ali me abraçando e me deixando chorar, encharcando a sua camisa com lágrimas.
Depois de alguns minutos eu me acalmei o suficiente para não mais chorar, ficamos em silêncio, levantei a minha cabeça e o olhei. Ele estava muito triste, cabeça baixa e os seus olhos pretos estavam sem brilho algum.
-Desculpa- Falei com a voz rouca pelo choro, me afastando do abraço dele- Eu não pretendia chorar.
-Não, quem tem que se desculpar sou eu. Eu não devia ter te beijado- Ele falou- Mas eu não faria diferente, pois isso estava me deixando louco. Eu...
Ele não completou, senti que era a minha hora de falar algo.
-Eu não chorei por causa do beijo, eu gostei...- Meu rosto estava em brasas e ele abriu um sorriso adorável para mim.
-Então por que...- O cortei.
-Porque eu ainda gosto de você- Falei suspirando, isso me deu um alivio- Nunca deixei de gostar e vir para a cidade depois de tanto tempo estava me deixando louca. Eu não sabia como agir com você, fica imaginando o tempo todo como estaria, se lembrava de mim ou se havia me esquecido.
Olhei para o seu rosto, seus olhos estava com vida agora. Brilhando enquanto o seu sorriso bobo crescia.
-Eu não sabia se ainda me amava, e eu não espero que diga que me ama porque depois de dois anos eu merecia um não. Até pela forma como te tratei quando terminamos. Todos os garotos que eu namorei depois de você... Eles nunca eram como você, eu sempre terminava pensando em você, comparando-os a você. Você sempre estava em minha cabeça, pois eu acho que o meu coração despedaçado ficou aqui... com você- Meus olhos se encheram de lágrimas enquanto as palavras surgiram.
-Você está com medo de um não? De que eu não te ame mais- O sorriso morreu, ele pareceu sério.
Afirmei com a cabeça olhando para o chão.
Ele pegou o meu queixo e me fez olhar para ele. Olhei bem no fundo dos seus olhos pretos.
-Eu te amo Taylor- Taylor falou para mim com a voz grave, cheia de emoção- Eu nunca poderia deixar de te amar. E estou aliviado que sinta o mesmo por mim.
-Como ficamos com tudo isso?- Perguntei temerosa.
-Juntos, eu espero- Taylor disse. Eu não iria me opor, estava claro de que eu precisava dele. Precisava do meu melhor amigo.
-Você sabe que eu vou voltar a faculdade, não é?- Sussurrei com a minha cabeça encostada na curva do seu pescoço.
-Sei, mas durante essa semana não precisamos pensar nisso.
Logo haveria a distância entre nós novamente. Quase falei um: "Precisamos sim", mas deixei quieto. Parei de pensar assim que ele me beijou.
É, tínhamos tempo. Tudo parecia totalmente certo quando ele me beijava.
Continua.
Hey Guys :)
Até a próxima postagem.
Perdoem qualquer erro u.u
Beijos :3
(Clipe Mitusa!)
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