MAY WE MEET AGAIN

terça-feira, 9 de março de 2021

 UMA PAUSA

  Olá, gente! Como vocês estão? Tem um bom tempo que não apareço aqui, e percebo que nem mesmo este blog tem o alcance que costumava ter a alguns anos atrás. Não tenho tido mais tanto tempo livre, e não vou mentir, admito que não tenho mais tanta vontade para escrever como tinha antes. No máximo consigo textos soltos ou histórias breves de um capitulo em projetos que não vão para frente, então decidi escrever esse aviso para que todos que entrem saibam que todos os projetos que foram iniciados aqui anteriormente (como love me) talvez nunca cheguem a um desfecho, porque o estado de "andamento" se arrasta a anos à fio. Prometi a mim mesmo que retorno caso conclua qualquer uma de minhas novas escritas. Tenho muito apego emocional a este blog já escrevo nele desde o inicio de minha adolescência, e sei que nunca conseguirei excluir e finalizar por inteiro este site. É de minha pretensão manter conteúdos aqui, então.... 

  Até que nos encontremos novamente 💖


Dorian & Peter (One-Shot)

quarta-feira, 9 de dezembro de 2020

"we are looking at each other like we're about to kiss"

Encarei o copo em minhas mãos sem saber exatamente o que fazer com ele sendo intolerante a lactose. 

Talvez devesse ter comunicado isso ao garoto que estava ao caixa, sorrindo como se sua vida dependesse disso. Era meio difícil negar algo quando mal conseguia abrir a boca, ainda mais quando direcionou o sorriso pré-preparado para mim

Nunca antes havia sido um idiota por garotos bonitos, entretanto por Peter, eu era todas as coisas borbulhantes e confusas. Nenhuma explicação para esse embaraço.

Fazia um mês desde que o havia notado na loja de quadrinhos, e eu estava lá para comprar um mangá novo de uma novel que tinha iniciado e acabei derrubando um box de livros inteiro em cima do pé de alguém. Que terminou sendo o pé dele. Sempre fui uma pessoa de atenção concentrada, como um cavalo que só costuma olhar pra frente e não consegue olhar para os lados, o que resultou em eu não ter visto o garoto de beleza considerável lendo a mesma escrita chinesa que estava procurando até ele soltar um rugido de dor.

Apesar de ter sido uma série inteira de George R. R. Martin -o que eu tinha certeza que até seus futuros filhos sentiriam uma dor fantasma em seus dedos dos pés sem entender a origem, ele não expressou estar bravo. Com lágrimas nos olhos, disse "tudo bem" quando pedi desculpas.

Notei logo de cara que aquele garoto moreno era uma pessoa que acenava para os vizinhos e dizia bom dia quando sentava ao lado de alguém no ônibus. Ele tinha sorriso largo e aparência reluzente, com covinhas em ambos os lados das maçãs do rosto que eram altas e rosadas, seu rosto exibia uma cor avermelhada exagerada pela dor em um rosto com mandíbulas firmes. Seus contornos rígidos que se perdiam com seus olhos calorosos, seus cabelos são ondulados com cachos que sabia que haviam sido desfeitos de tanto passar as mãos.

Viu? Uma alma hiperativa e amorosa. 

Ele me recordou um elfo. Como os de Senhor dos Anéis

Mas sem a palidez Edward Cullen.   

Seu suéter azul só o deixava ainda mais adorável.  

Foi estranho quando durante uma pausa do meu emprego em uma loja de roupas, do qual já desempenhava minha função de faz tudo à um ano, passei em frente a sorveteria e lá estava o garoto das novels. Apenas havia se passado uma semana após o desastre da loja de quadrinhos, em que minha vergonha tinha feito minha saída rápida e embaraçosa. Não conseguia negar que o garoto bonito me viu em meu pior estado: em vergonha. 

Nossos olhos se cruzaram por um instante pelo balcão e em um relance, soube que ele se lembrava de mim. Surpreendente. Pensei em me aproximar, talvez puxar assunto e levar aquele garoto bonito a falar mais do que apenas “tudo bem” para mim. 

Ele não desviou seu olhar de mim quando fiz meu caminho até a loja, o que impulsionou coragem em mim.

Meu caminho foi interceptado por uma garota de longos cabelos negros, que desciam em suas costas em cascatas macias e hidratadas. Ela entrou na loja mais rápido até do que as crianças que estavam próximas ao meu lado esquerdo implorando à mãe para comprar glicose. Impressionante. 

O que mais me chamou atenção nela era que usava um suéter azul… um que havia reparado no menino do quadrinho no dia em que agredi seus pés sem querer com livros que pesam toneladas. 

Parei um pouco quando ela jogou seu corpo sobre o balcão, e não precisei estar em sua frente para saber que sorria.

-Peter!- Disse alto com uma voz tão doce quanto seu rosto, e Peter sorriu de volta, desviando a atenção de mim rapidamente para ela. 

Foi o bastante para me manter caminhando. 

Curioso, algo se torceu em meu estômago. Não esperei sentir algo parecido, foi como uma sensação de perda. Não conhecia aquele garoto, como que apenas um olhar para ele havia me dado tantas expectativas? 

Voltei para a loja para terminar meu expediente, pronto para deixar a atração como uma coisa que nunca havia acontecido. Era só um garoto. 

Antes daquele dia, parecia que nunca o havia visto, mas depois disso, parecia que ele estava em todos os lugares. Na lojinha de quadrinhos? Parecia ir nos mesmos dias que eu. Se caminhava pelo shopping no horário de almoço? Peter estaria em algum local que não era seu local de trabalho. Até mesmo no ônibus, aparentemente voltávamos para casa no mesmo horário e na mesma direção. Mantivemos aqueles olhares, como os do dia da sorveteria, com um reconhecimento esquisito. Sem dizer nada, por duas semanas a mais.

Era enervante. 

Como nunca havia notado ele? Meus amigos vivem dizendo como minha atenção era focada, agora tive certeza que isto era de fato verdade. Era deste modo como também nunca notava flertes das pessoas quando eram direcionados a mim. 

Vi a garota perto dele mais vezes, e o sentimento de pesar surgia de novo. Aquele estranho… ele poderia sorrir para mim como sorri para ela? Eram momentos em que desejava ser ela. Um desejo novo e incômodo. Não exatamente ser ela, mas ter o que ela tinha. A atenção, afeto e desejo dele. 

Virei o estereótipo do menino gay apaixonado por um que garoto hétero que tinha uma linda namorada que poderia aparecer em comerciais de shampoo ou biquíni. 

Na terceira semana, fui buscar um quadrinho novo e na prateleira do exato quadrinho estava Peter. Como eu, ele nunca escolhia sentar-se nas mesas ou sofás que havia no estabelecimento. Ele se esparramava ao chão, suas longas pernas e torso ocupando o maior espaço do fundo da loja. 

Em suas mãos estava o mesmo quadrinho que havia ido buscar. Tínhamos gostos literários parecidos, quem diria. 

Caminhei pela loja temendo ser pego por seus olhos azuis novamente em nossa batalha silenciosa de encaradas. Fui até o balcão, solicitando minha entrega quando Peter suspendeu o rosto. Lá estava, olhos tempestuosos. Suspirei. Ele se levantou quando recolhi minha entrega e fugi quando se aproximou do balcão, sem saber precisamente o motivo de ter escapulido. Peter ia falar comigo? 

Ele me deixava tão nervoso que ser coerente se tornava uma tarefa complicada. Essas reações eram inéditas, nem mesmo meu ex namorado havia me transformado em uma pessoa tão reservada e tímida. 

O que me trazia ao agora, segurando um copo de sorvete que nem ao menos queria. Quando sai do meu horário de almoço, não estava com fome, e sem planos, resolvi caminhar pelo shopping para me manter ocupado. Meu subconsciente havia me levado até lá antes mesmo de notar. 

Até a sorveteria.

Onde Peter estava sorrindo, parecendo incrível com um suéter preto com listras brancas na gola e nas mangas. Ficou surpreso ao me ver parado em sua frente pedindo um sorvete, com algo surgindo em seus olhos. 

A garota bonita não estava aqui no momento. 

Sua atenção estava toda em mim… como um atendente ao seu cliente. Como somos. Não amigos, não conhecidos, pessoas que se avaliavam constantemente.

Não disse nada além do meu pedido e ele anotou, trazendo segundos depois. Queria dizer algo, começar um assunto, entretanto o medroso em mim apenas pegou o copo e se afastou. 

Uma mistura de menta com pedaços de chocolate e flocos. 

Fui poupado de descobrir o que fazer com o sorvete quando uma criança correndo chocou seu pequeno corpo contra o meu, fazendo o copo em minhas mãos virar em meu peito. Por sorte, o estrago não foi muito e eu estava vestindo duas camisetas graças ao dia chuvoso. 

Acalmei a responsável pela criança quando pediu deveras desculpas pelo comportamento do pestinha que não parecia arrependido e me dirigi ao banheiro da pequena loja. 

Alguém bateu na porta quando retirei a primeira blusa.

-Garoto do quadrinho?- Uma voz forte ressoou. 

Perplexo, abri a porta para encontrar Peter sorrindo para mim.

-Muito estrago feito?- Perguntou bem humorado quando notou meu estado desalinhado, segurando minha blusa cinza que agora detinha uma mancha verde em seu centro. 

Decidi ir pela linha bem humorada para retirar meu estupor.

-Apenas no meu ego.

-Não se preocupe, temos altos índices de acidentes envolvendo crianças por aqui. Seu ego pode permanecer intacto- Piscou para mim, tornando cada parte orgânica em mim em um emaranhado derretido. 

O sorriso que surgiu em mim não pôde ser evitado. 

Seu sorriso de retorno não era tão grande como sempre, era contido, quase tímido. Esperei que ele virasse e fosse embora, porém ficou. 

-Então, sou o garoto do quadrinho?

Ele riu. -Bem, não sei seu nome. E os olhares não são exatamente a melhor forma de conversar desde que a linguagem foi inventada. 

Espertinho, gostei. 

-Meu nome é Dorian. 

-Como Gray? 

-Exatamente, só que no meu caso não se teve pactos incluídos durante a vida.

Quando riu novamente, descobri o prazer que era ter alguém que apreciava meu humor. Nem todos entendiam a minha forma de piada.

-É, o mundo real não é tão empolgante quanto. Prazer, Dorian, meu nome é Peter.

-Eu já sabia.

-Descobriu telepaticamente?

-Poderia dizer que foi pelo crachá- Apontei para o objeto branco com seu nome escrito sobre seu suéter branco, notando que o suéter agora estava em suas mãos e não mais em seu corpo. -Mas descobri porque escutei uma garota dizer.

Peter suspendeu sua sobrancelha. -Uma garota?

-Sim, alta, morena e com cabelo longo.  

-Essa seria a Jude.

Jude, o nome amargou para mim. 

Claro que ele notou como meu rosto enrugou um pouco mesmo disfarçando. Isso pareceu divertir ainda mais ele. 

-Você tem algo contra a Jude?

-Não- e não era mentira, eu nem a conhecia.

-Bom, seria esquisito estar afim de um garoto que tem alguma coisa contra a minha irmã.

-Irmã?!- Berrei. Se estivéssemos em uma novela, aquela seria a parte em que eu cuspiria a água de um copo. 

Seu sorriso agora era inteiro e reluzente. -Foi nisso que prestou atenção? 

Agora fazia sentido o suéter que ela usava. Pensei que havia dado a ela como namorado, mas era apenas uma irmã roubando roupas do irmão.

Suas palavras finalmente obtiveram seu significado. Meus olhos quase saltaram do rosto. Ele estava afim de mim?

-Você está afim de mim?

Deu de ombros.

-Sempre esperei que viesse falar comigo, não sabia se gostaria que eu fosse até você. Toda vez que me aproximei, você fugiu. 

Por um segundo, o choque fez meu cérebro entrar em choque. Fitei o suéter em suas mãos, focando antes de voltar a olhar para ele, falando baixo:

-Você... hum, queria que eu falasse com você?

-Sim, por que me evitou?

-Pensei que Jude era sua namorada- A confissão fez meu rosto ficar vermelho.

Nós nunca tivemos nada e já havia sentido ciúmes dele. Louco.

Sua vez de enrugar o rosto. -Nojento. 

-Completamente- Rimos juntos.

Ele estendeu o suéter para mim. -Vim trazer isso para você, está frio e não sabia se teria outra roupa reserva.

Isso tinha sido tão doce, algo que não esperava que ocorresse. 

-Obrigado!- Peguei em sua mão, colocando no mesmo minuto. Tinha seu cheiro, como algum amaciante floral e perfume masculino. Muito bom. Era reconfortante pensar que retirou algo de seu corpo para me entregar. -E você, não vai ficar com frio?

-Minha irmã vai me trazer outro em apenas alguns minutos, ela mora nesse shopping basicamente- Aquele sorriso surgiu em seu rosto de novo quando me avaliou com sua roupa. -Essa roupa parece bem melhor em você do que em mim.

Isso era definitivamente uma mentira, porque não tinha como conseguir ficar melhor em mim quando nele parecia a própria perfeição. Mas suas palavras afastaram qualquer frio que pudesse vir a sentir, porque cada palavra sua mandou um rastro de calor por todo o meu corpo. 

Alguém gritou seu nome no caixa e seus ombros caíram quando notou que teria que ir. Nossa primeira interação chegando ao seu fim. 

Seus olhos estavam em mim novamente. -Antes de eu ir, Dorian não Gray, você vai ter que me prometer que a partir de agora vai falar comigo todas as vezes em que nossos olhos se cruzarem. 

Dei de ombros ainda com o sorriso que parecia permanente beirando em meu rosto. -Não teria como ignorar o garoto que estou afim. Ainda mais que agora tenho uma desculpa em formato de suéter para puxar assunto.

Sua risada ressoou de novo. Já amava esse som. Ele estava feliz em saber que eu gostava dele assim como ele gostava de mim. 

-Vou te dar outro sorvete, venha- Acenou com a cabeça para o caixa.

-Não precisa, sou intolerante a lactose.

Nos meses seguintes, cumpri minha promessa. 

Toda vez que nos víamos, nos falávamos. Seria esquisito evitar meu namorado. 

Às vezes não parecia real que aquele garoto lindo era meu, e inteiramente não hétero, graças a todos os deuses. Ainda nos olhávamos em completo silêncio, como os apaixonados que somos, agora entendendo o significado de apenas observar o rosto de alguém tendo noção de cada ponto que amavam, como se fosse a melhor coisa que já havia visto. Estava em seus olhos desde a primeira vez que nos vimos. 

E ainda residia. 

Assim como eu sabia que havia estado nos meus.

E nos dele, assim que me avistou na biblioteca lendo ao lado dele inconsciente de que me observava.

FIM


Olá, gente! Como vocês estão? Tem um bom tempo que não posto nada aqui, é até mesmo estranho retornar como se nada houvesse acontecido e não tivesse um lapso imenso neste blog agora. Essa one-shot não tinha propósito de ser postado aqui, escrevi para uma amiga minha muito conhecida (Tali, essa foi pra você) pois havia prometido uma one-shot baseada na música Heather, e decidi aproveitar para retirar as teias deste site postando aqui também. Espero que gostem da escrita, é curta e -rezo- doce do jeitinho que gosto.

Love Me- Capitulo 8.

terça-feira, 2 de julho de 2019

Taylor

Era incrivelmente fácil manter uma conversa com Jacob, e não vou mentir dizendo que não estava impressionada. Ele era mais delicado e bem humorado do que achava, e nunca, nunca me interrompia enquanto eu estava falando. Isso pra mim já era um bom sinal.

Quase todos os homens com quem havia saído tinha mania de interromper falas minhas no meio de uma conversa. Era bom ser escutada. E toda vez que estava lhe contando algo, ele olhava para mim com extrema atenção com seus olhos castanhos escuros concentrados.

Fazia três horas que estávamos na rua e após comermos decidimos voltar caminhando lentamente pelo campus. Estávamos no meio de uma conversa sobre nossos filmes favoritos quando Nick me ligou.

Soube na mesma hora em que vi seu nome no visor do celular que algo estava errado. Jacob leu minha expressão e a interpretou corretamente.

-Algo errado?- Perguntou preocupado.

-É isso o que vou saber- Falei respondendo ao telefonema.

Sem delongas, Nick me informou que o pai biológico havia estado esperando por Demi na frente de nosso dormitório. Como ele havia descoberto onde ela estava?

-Nick... – o interrompi. –onde Demi está agora?

-Recolhendo suas coisas, vamos ficar em minha casa.

A casa de Nick era mais afastada da faculdade, eu teria que pegar um ônibus. Isso era se estava passando algum por perto em escala deste horário.

-Posso dormir ai também?

Sabia que Nick não iria deixa-la só, mas ficar perto dela me tranquilizaria.

Nick hesitou ao responder. -Claro que sim, Taylor! Vou preparar o quarto de hospedes.

Quando desliguei, virei para Jake. –Preciso ir, Jake.

Havia me virado e começado a caminhar em direção ao ponto de ônibus quando ele me chamou.

-Taylor, seu dormitório é para lá- Apontou para a construção antiga.

-Eu sei, preciso chegar a casa de Nick.

-Como pretende chegar lá?

Dei de ombros. -Nada que um ônibus não resolva.

Caminhando até mim em passos largos para me alcançar.  -Eu te darei uma carona, não precisa ir a estar hora de ônibus.

-Realmente, não precisa.

-Floco de Neve, se você não aceitar, vou ficar preocupado com você sozinha a essa hora da noite sem nem saber os horários dos ônibus.

Quando aceitei, fingi não ter visto o pequeno sorriso dele. Jake sabia que havia conquistado a minha confiança.

Estava em duvidas se deveria avisar a nossos pais sobre o ocorrido, se seria necessário uma medida drástica sobre o pai biológico da Demi. Eu nem ao menos sabia que ele morava neste país. Fiquei curiosa se Demi sabia ou lembrava deste detalhe.

Teríamos que tomar mais cuidado agora no campus, não sabíamos quando ele poderia aparecer novamente.

Jake gentilmente chamou minha atenção avisando que havíamos chegado. Antes que percebesse, me inclinei em direção a ele e beijei sua bochecha. Fiquei tão surpresa com o gesto quanto ele, havia sido algo natural. Corei me afastando.

-Obrigada, Jake! O dia hoje foi ótimo- Disse saindo do carro e correndo antes que pudesse me responder e sem olhar para trás.

A casa de Nick estava aberta, e falei mal de ambos mentalmente pela falta de segurança. Entrei sem avisar, entre nós três não se havia besteiras. Passei pelo longo corredor com móveis mais caros que tudo o que eu tinha na vida juntos e subi as escadas até o quarto. Conhecendo bem Demi, sabia que ela estava no quarto de Nick. Fui até lá e assim quando abri a porta, me deparei com uma cena de ambos dormindo abraçados.

Estavam aninhados de uma forma que não que amigos não estavam permitidos ou acostumados a estar. As cobertas brancas os cobriam até a cintura. Demi estava usando somente um sutiã preto e Nick estava sem camisa, e ainda bem que o lençol os cobria da cintura para baixa porque eu não queria essa imagem na minha cabeça.
Sabia que os dois não havia praticado nada sexual, mas não dizia que queria ver Nick de cueca.

Não quis acordar os dois quando pareciam tão em paz em seus sonos. Arrastei a mim mesma para um dos quartos de hospedes rezando para não tropeçar em Joseph, o irmão antipático de Nick.

Pela manhã, encontrei Nick e Demi na cozinha preparando café da manhã. Minha irmã parecia melhor, o que me deixou aliviada.

-Demi, precisamos discutir o que faremos, nossos pais podem nos ajudar a encontrar um novo apartamento.

Nossos pais sempre quiseram que tivéssemos nossas próprias instalações, mas Demi e eu insistimos que o dormitório seria o melhor modo de socializarmos melhor. O que foi uma desculpa para eles não gastarem muito dinheiro com aluguel. Nós duas ainda não havíamos conseguido um emprego, não poderíamos ajudar na época com os custos e agora estávamos desempregadas novamente, o que não contribuía.

Demi assentiu. –Sim, e poderíamos entregar currículos pela manhã para conseguirmos estágios.

-Penso que com nossos pais ajudando, uma de nós trabalhando e a outra buscando uma casa com baixo custo, podemos nos manter.

A ideia era inclusive animadora, uma casa só nossa eliminava muitos problemas como banheiros públicos lotados, pessoas roubando nossa comida e diversas confusões de morar com outras quatro meninas em um quarto de dormitório.

-Vocês poderiam ficar aqui e não pagar aluguel algum- Nick se intrometeu, parecendo irritado por não termos pensado em sua casa como opção.

Demi olhou aborrecida para ele e evitei minha risada.

-Sim, como verdadeiras sanguessugas!

-Não, como melhores amigas que precisam de ajuda.

Era um alivio saber que tínhamos tão bons amigos, lembrei que mais cedo falando com Miley, ela havia me dito a mesma coisa.

-Se aceitarmos, iremos dividir algumas das despesas. Iremos conseguir empregos e falar com nossos pais sobre isso- Falei a ele.
-E vocês aqui estarão seguras, um ótimo ponto de discussão- Nick disse estufando o peito.

Demi gargalhou, batendo em seu braço. –Você é quem atestará nossa segurança?- se virou para mim. –Estamos perdidas, Taylor!

E foi desse modo que na mesma tarde já estávamos combinando nossos planos de mudança. Minha irmã estava sorrindo e eu queria me sentir feliz, mas algo me dizia que estávamos prestes a mudar muitas das coisas que pensávamos estar indo por um caminho costumeiro, seguro.

Esperava que de algum modo, não estragássemos as coisas. Que nós duas não tenhamos arrependimentos de estarmos nos mudando para esta casa.

Ao observar o olhar de Demi para Joe quando ele chegou em casa, e o retorno que ele deu a ela, notei que era tarde demais.

As coisas já se encontravam diferentes. 
 Continua

Beijos.


(mais aleatórios)

Love me- Capitulo 7.

DEMI

Nick parecia ter o super poder de me fazer rir a qualquer momento.

Era incrível que meu nível de chateação foi a nula desde que havíamos saído. E as pizzas estavam ótimas, o que contribuiu no meu bom humor.

-É um milagre a Taylor não ter te mandando uma mensagem, ou algo assim- Disse Nick enquanto comia uma fatia de sua pizza.

-Ela está em uma espécie de encontro, disse que ia fazer um trabalho com Jake em nosso dormitório, mas na verdade, todos conseguem ver a tensão entre aqueles dois.

Quando fomos pagar pelas pizzas, a atendente deu em cima do Nick na cara dura. Bufei irritada diante da cena. Tudo bem que éramos apenas amigos, mas ela não sabia disso. Não já não estava sendo profissional dando em cima de um cliente, e isso só teria sido pior se estivesse dando em cima de um cliente que estava acompanhado da namorada, que olha só também era uma cliente, na frente dela

Minha irritação se esvaiu assim que percebi que Nick estava alheio ao flerte, ignorando a mulher completamente, focado na missão de pagar a conta. Não consegui evitar a risada que se proveu disto.

-O que foi?- Perguntou curioso, olhando ao redor.

-Nada- Abafei a risada, enquanto levantava da cadeira.

Mordi o meu lábio enquanto caminhávamos até o seu carro, um presente de dezesseis anos de sua mãe. Me fazia sentir saudades do meu que havia ficado na Inglaterra por conta dos custos. Agora ou pegava carona com ele ou andava de ônibus.

Estudei o seu rosto, isso era algo que eu amava fazer e Nick sempre ficava envergonhado quando me pegava olhando.

-Demi?- Sua voz me fez sair do transe.

-O quê?- Perguntei de forma inocente e ele sorriu.

-Você pode parar de me encarar? Não é justo quando eu estou dirigindo e não posso te olhar de volta- Ele corou, parecendo ter se dado conta de que admitiu querer me observar. Minha gargalhada irrompeu o ambiente e Nick riu também.

Ele era adorável.

Quando chegamos ao campus, Nick desligou o automóvel e saiu do carro. Virei-me para ele e o abracei forte.

-Obrigada- Agradeci, sentindo o seu cheiro. Coloquei o meu rosto contra o seu pescoço e seus braços circularam a minha cintura.

-Não precisa me agradecer. Sabe que você é minha kriptonita e eu faria tudo por você- Eu sabia que ele estava sorrindo enquanto falava.

-Eu sei. Eu te amo por isso- Quebrei o abraço e lhe dei um beijo na bochecha. Antes de sorrir feito uma maníaca para ele. -Você é o único que eu nunca posso assustar para longe de mim.

-Nunca mesmo- Afirmou.

Caminhamos pelo campus, na escuridão iluminada pelas lâmpadas dos postes. As árvores e suas sombras davam ao local um tipo de visão assustadora e macabra. O campus estava deserto, todos pareciam já estar dormindo. Já era tarde, umas nove horas da noite e amanhã tinha aulas.

-Demetria!- Uma voz rouca e masculina que por muitas vezes tinha me assombrado disse na escuridão.

Nick e eu pulamos, olhando ao redor a procura do dono da voz.

Em minha mente, automaticamente comecei a rezar para que fosse um delírio de minha mente cansada.

Um homem magro e de aparência cansada apareceu em nossa frente.

Nick assumiu uma postura alerta diante de minha reação. Não sabia bem se ele percebeu que se tratava de meu pai biológico, pois nunca o havia visto pessoalmente.

Um tremor passou pelo meu corpo.

-O que você está fazendo aqui?- Acusei, odiando que soei como se estivesse ferida.

-Vim te ver, minha filha- Sua voz era calma, parecia respirar com dificuldade.

Raiva era tudo o que consegui sentir. –Você não tem o direito de vir até aqui, de me procurar.

Deu dois passos para trás, e teve a audácia de parecer ferido.

-Demi, eu sou seu pai e...

Eu coloquei a minha palma para cima, fazendo-o se calar. Um sinal universal para que se calasse.

-Você nunca foi meu pai. O meu pai se chama Scott Swift, ele me levava para tomar sorvete todo final de semana, planejava minhas festas de aniversário com a minha mãe, foi ele quem dançou comigo em meu baile de debutante e era quem estava sentado com o restante de minha família na formatura quando me formei do colegial.

-E-eu... – Respirou fortemente, inalando devagar. –Sinto muito, mas preciso falar com você.

-Você pode precisar falar, mas isso não significa que eu preciso ouvir. Por favor, só suma como fez a minha vida inteira.

Não esperei que ele fosse embora, então arranquei o band-aid eu mesma. Passei por ele o mais longe possível que pude em direção ao meu dormitório. Esperei que ele não tentasse mais nenhum contato, como me impedir de ir. Nick seguiu ao meu lado e notei que ele deve ter dado a este homem estranho uma razão para não fazer tentativas.

Nick não hesitaria em machucá-lo caso ele estivesse me machucando.

Preste a entrar no prédio, Nick segurou meu braço. –Demi, por favor, espere que eu entre pelas portas dos fundos. Não vou te deixar sozinha agora.

-Eu não quero mais ficar aqui- Tentei dizer com a voz rouca. Parecia que havia algo entalado em minha garganta.  –Como posso ficar sabendo que ele pode aparecer novamente?

-Então que assim seja.

-Como assim?

-Você vai ficar na minha casa, você e Taylor. Podem morar lá, já havia te dito isso milhares de vezes.

Era verdade, Nick sempre quis que morássemos em sua casa até mesmo antes de fato nos mudássemos. Mas como Taylor e eu queríamos independência total nessa experiência, o dormitório tinha sido a melhor opção em nossas opiniões. Apesar disso, ele nunca parou de dizer a nós duas como podíamos nos mudar para lá o momento que quisesse. A casa era de seus pais e extremamente imensa, que agora só era ocupada pelos dois irmãos.

-Você tem certeza disso? Podemos ser bem barulhentas- Funguei.

-Eu melhor do que ninguém sei disso.

Não chorei naquela noite, era como se estivesse anestesiada. Não era como se não sentisse, porque sabia que o que estava sentindo era tristeza. Ela queimava em meu estômago. Mas não consegui expressar ela.

Peguei algumas coisas e coloquei em uma mochila, indo com Nick até sua casa. No carro, ele falou com alguém pelo telefone e eu podia apostar que era com minha irmã, mas não parei pra ouvir.

Mesmo com os quartos de hospedes, Nick me guiou até seu quarto e fiquei extremamente grata. Não queria ficar sozinha. Quando ele fez menção de sair do quarto, ergui meus braços para ele. Era meu modo de pedir que ficasse comigo.

Ele foi direto para meus braços, me abraçando firmemente. –Eu estou aqui com você, não vou te deixar ir. Você pode se permitir sentir agora, Demi.

E com essas palavras, o nó em minha garganta se intensificou.

Grandes lágrimas escorreram do meu rosto, encharcando a pequena garotinha que se sentia pequena pelo abandono.


E assim como ele disse, Nick não me soltou. 

Continua.
Sou muito apaixonada SIM pelo Nick e admito! Espero muito que gostem ♥

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